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Família quer vender acervo do compositor
DA REPORTAGEM LOCAL
Os cinco herdeiros de Walter
Smetak estão procurando instituições culturais interessadas em
comprar o acervo deixado pelo
compositor: instrumentos musicais originais, réplicas, obras plásticas, textos etc. Sem acondicionamento adequado nem verba para
manutenção, parte das peças está
guardada numa sala da Escola de
Música da Universidade Federal
da Bahia, onde ele deu aula.
"A família gostaria que uma instituição comprasse o acervo e pudesse disponibilizá-lo", diz a advogada Cristiane Olivieri.
Antes de pensar em vender os
objetos, os filhos do compositor
tentaram firmar um acordo com
o governo da Bahia, mas a idéia
não vingou. "A intenção era manter o acervo no Estado, mas não é
simples. A família queria que a coleção tivesse um uso vivo", diz.
Questionada sobre o valor estimado da coleção, a advogada disse não saber nem qual o tamanho
do acervo que, segundo ela, ainda
não foi inventariado.
Por falta de dinheiro, algumas
réplicas de instrumentos emprestadas a um evento na Suíça estão
presas há cerca de dois anos na alfândega. "Quando voltou, a papelada deve ter sido preenchida incorretamente, e as peças estão
presas até hoje por falta de dinheiro", conta a advogada.
Para o coordenador de música
do Itaú Cultural, Edson Natale,
"dá agonia ver o acervo ali, feito,
mas sem que ninguém usufrua."
"Suíço-baiano"
Filho de pais checos, Anton
Walter Smetak nasceu em 1913
em Zurique, na Suíça, onde viveu
até 1937, quando se mudou para o
Brasil. Morou em Porto Alegre,
em São Paulo, no Rio e, por fim,
estabeleceu-se em Salvador.
Violoncelista de formação, foi
convidado por Hans Joachim
Koellreutter para trabalhar na
UFBA. Desde 1968, mestre Tak
Tak, como era chamado, criou
mais de 150 instrumentos-esculturas. Foi premiado na Bienal da
Bahia, gravou dois LPs -"Smetak" (74) e "Interregno" (80)-,
escreveu livros (em "A Simbologia dos Instrumentos" explica
suas criações de maneira física e
metafísica), fez peças musicais, de
teatro e de dança.
(JF)
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