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Última Moda
ALCINO LEITE NETO @ - ultimamoda@folhasp.com.br
DSquared chega ao Brasil
Grife que seduziu Kravitz e Madonna desembarca em 2007
São ambiciosos os planos dos
empresários que trouxeram os
jeans Diesel para o Brasil.
Em setembro, o grupo 4D,
comandado em São Paulo por
Esber Hajli, lança a Denin Gallery, linha de jeans de "alta
costura" da Diesel. Em novembro, a festa dos cinco anos da
marca italiana no país terá como DJ uma estrela internacional: o cantor Boy George.
Em fevereiro de 2007, o grupo começa a comercializar no
Brasil a grife hype DSquared. E
até 2008 quer implantar no
país as marcas de vanguarda
Martin Margiela e Vivienne
Westwood -de propriedade de
Renzo Rosso, dono da Diesel.
Não acabou. O 4D também
estuda a criação de um hotel
em São Paulo, com o selo de
qualidade Pelican -a nova rede
de hotéis criada por Rosso.
"Nosso objetivo é vender lifestyle, não importa se um
jeans da Diesel ou um quarto de
hotel", diz Hajli, 42, que é um
dos donos da casa noturna Royal, recém-inaugurada em SP.
Hajli não revela o valor do faturamento da Diesel no Brasil,
mas conta que vende 120 mil
peças por ano nas três lojas da
marca no país -duas em São
Paulo e uma no Rio. São poucas, comparadas ao Japão, onde há mais de 80 lojas. Mas a filial do shopping Iguatemi guarda a vantagem de ser a que mais
vende por m2 no mundo.
O selo "made in Italy" é um
dos principais trunfos do jeans
Diesel, e Hajli se irrita ao ouvir
comentários de que eles seriam
feitos secretamente no Brasil.
"Querem nos derrubar com esses boatos, porque sabem que o
produto é muito superior. O
dia em que forem feitos aqui,
nós diremos", afirma.
Como a Diesel, a DSquared é
uma das marcas mais cobiçadas do momento. Foi criada pelos irmãos gêmeos canadenses
Dean e Dan Caten -daí o nome
"D ao quadrado". No início dos
anos 2000, foi adquirida por
Rosso e passou a desfilar em
Milão. Seu estilo irreverente e
sofisticado tem atraído estrelas
pop, como Lenny Kravitz, Justin Timberlake e Madonna.
No Brasil, não será comercializada nas lojas da Diesel, mas
em outros locais, como o Clube
Chocolate e a Daslu. A coleção
inteira da temporada chegará
ao país, com cerca de 600 peças
femininas e masculinas, de camisetas a vestidos de noite.
Uma camiseta custará pelo menos US$ 300 (cerca de R$ 670).
O perfume-granada da dupla Viktor& Rolf
Imagine uma granada mágica, cuja explosão fosse capaz de transformar todo o terror mundano num paraíso perfumado
por jasmins, orquídeas e patchouli. As
"guerrilheiras" interessadas nessa instigante arma do arsenal fashion já podem
comprar o perfume Flowerbomb, da dupla de estilistas
Viktor & Rolf, que acaba de
chegar ao Brasil. A polêmica
embalagem tem a forma de
uma granada de vidro com lacre
preto e conteúdo cor-de-rosa.
"Flowerbomb é um antídoto
contra a realidade, uma expressão de nossos sonhos", dizem os
designers holandeses. O artefato
está à venda em São Paulo na Vent
Vert (tel. 0/xx/11/5181-4443) e na
Calèche (tel. 0/xx/11/3032-3218).
A Comme des Garçons também lançou uma linha de perfumes rebeldes: os
Guerrilla 1 e 2. Será a moda a nova política?
Quando a moda faz política
Política e moda se encontram nas
telas a partir de 4 de agosto, com a
estréia de "Zuzu Angel", filme de
Sérgio Rezende, com Patricia Pillar
no papel-título. O filme narra como
a estilista brasileira se viu de repente envolvida no pesadelo da ditadura militar (1964-85), após o assassinato de seu filho, Stuart, pela repressão.
A tragédia desperta a consciência
de Zuzu Angel para a situação concreta do país. Destemida, a estilista
passa a buscar os culpados pelo crime e transforma as suas coleções
numa forma de protesto. Uma das
cenas fortes do filme -que tem figurinos de Kika Lopes- é o desfile
em que Zuzu, toda de negro, distribui o retrato do filho para a platéia.
Pioneira em estampas e materiais
tipicamente brasileiros no design
de moda, Zuzu morreu em 1976, aos
54, em acidente de carro provocado
por agentes da repressão.
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