|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
"Manto Sagrado" reflete o papel da imagem na fé
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Ou bem os ritos perderam toda a importância no mundo, ou
bem eles já são outros. Pois onde já se viu passar "O Manto Sagrado" (Telecine Cult,
15h35) num 28 de julho, dia que
pode ser ilustre por uma série
de motivos, mas não diz respeito a Semana Santa, Natal nem
mesmo Ascensão?
Esse filme foi um sucesso
persistente dos feriados religiosos, primeiro nos cinemas,
depois na TV. Isso não tem nada a ver com o Cinemascope
-que inaugurou. Tem a ver
com a fé.
Pois ali o romano Marcellus
(Richard Burton) fica com o
manto que cobria o corpo de
Cristo no momento da crucificação. Depois, ele descobre o
peso desse manto.
E, quando isso acontecia, as
tias e avós choravam diante do
milagre da conversão. Milagre
que o cinema duplicava. Pois a
fé, a católica em particular,
confunde-se não raro com a fé
na imagem.
Não é à toa que se celebra Tomé. No catolicismo, quase tudo
é questão de ver para crer. Então, viva o cinema!
Texto Anterior: Música: Especial contextualiza o mangue beat Próximo Texto: Resumo das novelas Índice
|