São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2006

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Crítica

"Manto Sagrado" reflete o papel da imagem na fé

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Ou bem os ritos perderam toda a importância no mundo, ou bem eles já são outros. Pois onde já se viu passar "O Manto Sagrado" (Telecine Cult, 15h35) num 28 de julho, dia que pode ser ilustre por uma série de motivos, mas não diz respeito a Semana Santa, Natal nem mesmo Ascensão?
Esse filme foi um sucesso persistente dos feriados religiosos, primeiro nos cinemas, depois na TV. Isso não tem nada a ver com o Cinemascope -que inaugurou. Tem a ver com a fé.
Pois ali o romano Marcellus (Richard Burton) fica com o manto que cobria o corpo de Cristo no momento da crucificação. Depois, ele descobre o peso desse manto.
E, quando isso acontecia, as tias e avós choravam diante do milagre da conversão. Milagre que o cinema duplicava. Pois a fé, a católica em particular, confunde-se não raro com a fé na imagem.
Não é à toa que se celebra Tomé. No catolicismo, quase tudo é questão de ver para crer. Então, viva o cinema!


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