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CRÍTICA AVENTURA
Em clássico de Walsh, tensão vem à tona nos gestos de Bogart
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Só há um modo de rodar
uma cena", disse o célebre
diretor Raoul Walsh, "é o modo que diz ao público o que
vai acontecer em seguida".
Talvez não seja uma regra
para todos os cineastas. Mas
o resultado desse método,
com Walsh, são soberbos. Ao
ver "O Último Refúgio"
(TCM, 14h, 12 anos), percebemos que cada cena prevê e
antecipa o que vem a seguir.
É assim que seguimos
apaixonadamente os passos
de Roy "Cachorro Louco"
Earle desde que sai da prisão.
Ao vermos um carro que o espera, sabemos que vai recomeçar a carreira criminal.
Cada acerto e cada erro de
Earle (sobretudo as decisões
no terreno amoroso) é partilhado, assim como a tensão
que transmite, em cada gesto, Humphrey Bogart, que fazia seu primeiro papel principal. Um clássico mesmo.
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