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Brasileiros se destacam na Bienal de LA
ADRIANE GRAU
enviada especial a Los Angeles
Dedicados a promover Los Angeles como centro de referência
das artes plásticas na Costa Oeste
dos Estados Unidos, os marchands
locais transformaram a 3ª Absolut
LA International Biennial Art Invitational, que acontece até o final
de agosto na cidade, em megaevento.
Mais de 60 galerias expõem obras
de cem artistas internacionais, a
maioria europeus. "Cada galerista
daqui convidou uma galeria de outro país", explica William Turner,
co-organizador da LA Biennial.
Doze artistas e duas galerias brasileiras marcam presença no evento
este ano. "A arte contemporânea
brasileira é uma das mais quentes
do momento", afirma Turner.
O veterano Waltercio Caldas
comparece com a obra "Dissipator II", de 1988, na Christopher
Grimes Gallery, em Santa Monica.
O galerista Christopher Grimes,
responsável também por mostras
anteriores de Ernesto Neto e Valeska Soares na cidade, pretende
dedicar seu espaço a mostrar cada
vez mais a arte brasileira.
Grimes prepara uma exposição
em outubro com obras de Tunga,
Adriana Varejão, Cildo Meirelles e
Rosangela Rennó, entre outros.
Segundo Grimes, a arte conceitual brasileira se destaca da tradição latino-americana. "É um desvio orgânico e natural para algo
mais real", compara ele. "Tem
características mais humanas, o
que não quer dizer que não seja cerebral".
Outra presença importante é a
galeria Thomas Cohn Arte Contemporânea, do Rio de Janeiro,
que se instalou na Galeria Iturralde, em La Brea, até 15 de agosto.
"Espíritos Azuis", "Cortina de
Bonecas Derretidas" e "Coelho
do Avesso" são as obras assinadas
por Lia Menna Barreto que lidam
com ilusões e desilusões da infância. Beth Moysés apresenta três
vestidos de noiva deturpados e Rosana Palazyan revela o trágico assassinato do irmão numa excepcional série de bordados.
"Nós admiramos o trabalho
dessas artistas há anos", revela
Teresa Iturralde, a galerista responsável pelo contrato com Thomas Cohn. Nascida no México, ela
se recusa a colocar a arte brasileira
no bloco latino. "É o único país
que produziu arte conceitual na
mesma época em que a Europa e os
Estados Unidos estavam fazendo o
mesmo", compara.
Na badalada Bergamot Station,
que reúne 20 galerias em Santa
Mônica, a Boritzer/Gray/Hermano dedica metade de seu espaço a
oito artistas da galeria Nara Roesler de São Paulo.
Batizada de "Sampa Visita LA",
a mostra reúne 17 obras que variam de esculturas de Caito a telas
de Ivald Granato e uma tapeçaria
em cobre de Luiz Hermano.
Segundo Etan Boritzer, que confessa não estar ainda familiarizado
com a arte contemporânea brasileira, a idéia de convidar artistas de
São Paulo surgiu por causa de Brad
Howe, artista norte-americano
que morou na cidade durante seis
anos.
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