São Paulo, segunda, 28 de julho de 1997.



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Brasileiros se destacam na Bienal de LA

ADRIANE GRAU
enviada especial a Los Angeles

Dedicados a promover Los Angeles como centro de referência das artes plásticas na Costa Oeste dos Estados Unidos, os marchands locais transformaram a 3ª Absolut LA International Biennial Art Invitational, que acontece até o final de agosto na cidade, em megaevento.
Mais de 60 galerias expõem obras de cem artistas internacionais, a maioria europeus. "Cada galerista daqui convidou uma galeria de outro país", explica William Turner, co-organizador da LA Biennial. Doze artistas e duas galerias brasileiras marcam presença no evento este ano. "A arte contemporânea brasileira é uma das mais quentes do momento", afirma Turner.
O veterano Waltercio Caldas comparece com a obra "Dissipator II", de 1988, na Christopher Grimes Gallery, em Santa Monica. O galerista Christopher Grimes, responsável também por mostras anteriores de Ernesto Neto e Valeska Soares na cidade, pretende dedicar seu espaço a mostrar cada vez mais a arte brasileira.
Grimes prepara uma exposição em outubro com obras de Tunga, Adriana Varejão, Cildo Meirelles e Rosangela Rennó, entre outros.
Segundo Grimes, a arte conceitual brasileira se destaca da tradição latino-americana. "É um desvio orgânico e natural para algo mais real", compara ele. "Tem características mais humanas, o que não quer dizer que não seja cerebral".
Outra presença importante é a galeria Thomas Cohn Arte Contemporânea, do Rio de Janeiro, que se instalou na Galeria Iturralde, em La Brea, até 15 de agosto.
"Espíritos Azuis", "Cortina de Bonecas Derretidas" e "Coelho do Avesso" são as obras assinadas por Lia Menna Barreto que lidam com ilusões e desilusões da infância. Beth Moysés apresenta três vestidos de noiva deturpados e Rosana Palazyan revela o trágico assassinato do irmão numa excepcional série de bordados.
"Nós admiramos o trabalho dessas artistas há anos", revela Teresa Iturralde, a galerista responsável pelo contrato com Thomas Cohn. Nascida no México, ela se recusa a colocar a arte brasileira no bloco latino. "É o único país que produziu arte conceitual na mesma época em que a Europa e os Estados Unidos estavam fazendo o mesmo", compara.
Na badalada Bergamot Station, que reúne 20 galerias em Santa Mônica, a Boritzer/Gray/Hermano dedica metade de seu espaço a oito artistas da galeria Nara Roesler de São Paulo.
Batizada de "Sampa Visita LA", a mostra reúne 17 obras que variam de esculturas de Caito a telas de Ivald Granato e uma tapeçaria em cobre de Luiz Hermano.
Segundo Etan Boritzer, que confessa não estar ainda familiarizado com a arte contemporânea brasileira, a idéia de convidar artistas de São Paulo surgiu por causa de Brad Howe, artista norte-americano que morou na cidade durante seis anos.




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