FRANCESCA ANGIOLILLO
da Redação

Transformar exclusão social em recolocação social. Essa era a principal premissa do concurso público para reurbanizar a área do Carandiru, cujo resultado será divulgado publicamente hoje, na sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil em São Paulo.
O complexo carcerário será desativado para dar lugar a um centro público de cultura e requalificação profissional.
O conjunto deverá ter, ainda, áreas de lazer e esporte e um parque de 427 mil metros quadrados -aproximadamente um quarto do parque Ibirapuera-, segundo o projeto vencedor, da equipe do arquiteto Roberto Aflalo Filho.
Aflalo, 46, disse em entrevista à Folha que, para definir o programa do plano diretor, a equipe contatou o Senac, o Senai e o Sesc, instituições "que têm demonstrado sucesso na área de requalificação, treinamento, cultura e lazer".
O arquiteto diz que a consultoria também deu credibilidade ao processo todo, até para a eventual captação de financiamentos e capital externo.
O projeto vencedor preserva 16 dos 70 edifícios que compõem os 90 mil metros quadrados de área construída do complexo, em dois pólos, referentes à Casa de Detenção e à Penitenciária do Estado -este último, um projeto dos anos 20, de Ramos de Azevedo, autor do Teatro Municipal de SP.
Para atender às novas funções, os edifícios, modificados, seriam interligados por coberturas translúcidas. Um teatro para mil pessoas também está no projeto.
No parque, estão previstas quadras, um lago, auditório e área para espetáculos ao ar livre. A sede da Academia Penitenciária deve dar lugar a um museu de "memória da atividade carcerária".
Aflalo estima o custo do projeto em R$ 120 milhões; as obras devem durar de dois a três anos.
Hoje serão apresentados também o segundo e o terceiro classificados (respectivamente Paulo Bastos e Mario Biselli). As apresentações serão seguidas de um debate. O evento começa às 18h e o IAB fica na r. Bento Freitas, 306, no centro de São Paulo (tel. 00/ xx/11/259-9897).



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