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SHOW
Baden Powell, Áurea Martins e Zezé Gonzaga relembram canções da "Divina", hoje, no Sesc Pinheiros
Boteco do Cabral canta Elizeth Cardoso
free-lance para a Folha
"Divina", "Magnífica", "Enluarada", assim era chamada Elizeth
Cardoso, a "Elizethíssima". Considerada por muitos como a
maior cantora do Brasil, a "cantadeira do amor", como se auto-definia, é a homenageada de hoje do
Boteco do Cabral.
O evento acontece sempre na
última quarta-feira do mês, no
Sesc Pinheiros. O jornalista Sergio
Cabral, há 40 anos um estudioso
da música popular brasileira, faz
as vezes de dono do boteco, que
reúne fãs e intérpretes de música
brasileira para apresentar a obra
de um cantor ou compositor.
Para relembrar a carreira e contar histórias da vida de Elizeth
-morta aos 70 anos, em 1990, de
câncer no estômago- estarão
nas mesas do botequim Baden
Powell, Áurea Martins e Zezé
Gonzaga.
A noite deve começar com a
presença da mineira Zezé Gonzaga, 73, que já tem 54 anos de carreira: "Vou cantar músicas que
marcaram o começo, o meio e o
final da carreira dela", diz a cantora. Zezé escolheu as canções
"Mensageiro da Saudade", de
Ataulfo Alves, "Canção de
Amor", de Chocolate e Eleno de
Paula, e "Todo Sentimento", de
Chico Buarque e Christóvan Bastos.
Zezé diz estar muito feliz em
cantar para sua "ídola": "Lembrar
Elizeth é muito importante. Por
tudo o que ela foi e também para
dar oportunidade de os jovens,
que não viveram a nossa época,
conhecerem um pouco o trabalho
dela".
A carioca Áurea Martins considera Elizeth como uma madrinha: "Mesmo doente, no final de
sua vida, ela foi me ver cantar".
Destaca "Chega de Saudade",
de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, entre as canções que escolheu para interpretar.
"As pessoas desconhecem a importância que Elizeth teve para a
bossa-nova." No ano de 1958, a
"Divina" lançou o disco "Canção
do Amor Demais", que trazia
composições de Tom e Vinícius e
lançava o violão de João Gilberto.
Baden Powell, que atualmente
prepara um álbum dedicado ao
violonista João Pernambuco,
completa o trio que homenageia
Elizeth. Após as apresentações solo, os três cantarão juntos: "Ainda
não definimos, mas devemos tocar "Barracão de Zinco'", diz Áurea.
Sérgio Cabral também poderá
dar grandes contribuições para
falar sobre a história de Elizeth, já
que é autor da biografia da cantora, "Elizeth Cardoso, uma Vida".
Homenagens
O Boteco do Cabral abriu suas
portas pela primeira vez em março deste ano, tendo Tom Jobim
como homenageado. De lá para
cá, já relembrou a carreira de Pixinguinha, Noel Rosa, além das
conquistas da escola de samba
Mangueira.
Para o mês que vem, está programada uma noite dedicada à
Portela, com as presenças da velha-guarda da escola, de Paulinho
da Viola e de Cristina Buarque.
Até dezembro, devem passar
pelo boteco Leila Pinheiro e Toquinho, na data reservada para
Vinícius de Moraes; Emílio Santiago, Jorge Simas e Elton Medeiros, que cantam Cartola; Noite
Ilustrada, Zé Renato e Rosa Passos, que homenageiam Ary Barroso; além de Joyce, Zé Ketti e Roberto Menescal, cantando Nara
Leão.
Evento: Boteco do Cabral, com Baden
Powell, Áurea Martins e Zezé Gonzaga
em homenagem a Elizeth Cardoso
Quando: hoje, às 21h
Onde: Sesc Pinheiros - Hall de
Convivência (av. Rebouças, 2876, tel. 0/
xx/11/815-3999)
Quanto: R$ 4 e R$ 2 (comerciários,
estudantes e idosos)
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