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Crítica
"A Mexicana" se perde no meio do caminho
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"A Mexicana" (TC Light,
16h15) começa muito bem. É
muito engraçada a discussão da
garota (Julia Roberts) com seu
namorado (Brad Pitt).
Ele é um gângster que precisa cumprir um contrato (ou seja, assassinato) acordado com
superiores. Se não fizer o que
mandam, será morto. Mas ele
havia prometido à garota levá-la a Las Vegas, e ela não quer
saber. Acha que ele não passa
de um egoísta.
Ele tenta se explicar e diz algo como: "Mas se eu não fizer
isso eles me matam". E ela:
"Está vendo o que eu digo? É isso: você só pensa em você".
Diálogos típicos de roteiristas hollywoodianos, mesmo
que não sejam o que já foram.
Depois disso, o filme deriva para abismos insondáveis. Fica
insuportável.
E nada é menos perdoável
em cinema do que um início
promissor desperdiçado, num
desses filmes em que produtores e agentes parecem ter botado a mão até que pouca coisa
restasse de pé.
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