São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2008

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"Estou nervosa com show em SP", diz estrela latina

Sucesso na Espanha e no México, Julieta Venegas leva seu pop "redondo" ao Auditório Ibirapuera, com ingressos esgotados

Cantora ganha lançamento nacional de seu "MTV Unplugged", com álbum e DVD; Marisa Monte participa do trabalho


JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No pop latino, poucos artistas possuem tanto prestígio quanto Julieta Venegas atualmente. Ela tem palco em quase todos os cantos do continente e na Espanha, um número considerável de hits e alguns prêmios Grammy na estante. Mas trocaria uma boa parte disso tudo pelo êxito no Brasil. Nascida nos EUA e criada em Tijuana (México), a cantora faz hoje sua estréia oficial em palcos brasileiros, no Auditório Ibirapuera. Mas Julieta já participou do "Acústico MTV" de Lenine, registrado no mesmo local, gravou com Otto para uma trilha sonora de um filme mexicano, cantou em show de Lafayette & Os Tremendões e dividiu o microfone com Érika Martins (ex-vocalista da banda Penélope) numa versão em português de "Lento", um de seus sucessos. "Estou muito nervosa com esse show. Até outro dia, topava qualquer negócio para me apresentar no Brasil. Agora vou tocar naquele lugar lindo", diz, pelo telefone. A vinda de Venegas é motivada pelo lançamento de seu CD e DVD "MTV Unplugged", que conta com a participação de Marisa Monte, entre outros convidados. "Conheci sua música por meio da minha irmã gêmea, que morou em Portugal e me mandou o primeiro disco dela. Quando a convidei para participar do meu disco e ela topou, quase não acreditei", conta ela sobre Marisa, que está no CD, mas não participa do show. Venegas mandou a idéia de uma música inédita para a carioca, que adaptou seus versos para o português com ajuda de Arnaldo Antunes. O resultado é a singela "Ilusión", cujo vídeo extraído do DVD é hit no YouTube. Ciente do potencial do dueto, a Sony BMG tentou explorá-lo como faixa de trabalho aqui, mas não obteve autorização -"El Presente" terminou escolhida como single. Outro brasileiro assina a produção do trabalho. É Jaques Morelenbaum, nome que foi sugerido a ela por Gustavo Santaolalla, argentino detentor de dois Oscars de trilha sonora original.

Influência mexicana
Mas Venegas não cai no samba. Seu pop redondinho tem é influência da música regional mexicana e de grupos como Los Tigres del Norte. Isso é reforçado pelo acordeão, instrumento que ela escolheu já no começo da carreira. "Estudei piano a vida inteira, mas me sentia enterrada nele. Tive curiosidade pela sanfona e acabei me encontrando. Hoje até existem mais mulheres tocando sanfona, principalmente no campo da música folclórica." Ela aponta o Café Tacuba como o grupo conterrâneo que mais tem a ver com seu trabalho. Porém, suas letras e sua forma de cantar são bastantes próprias, como aponta Santaolalla nos extras do DVD. "Aprendi muito cedo a lidar com minhas limitações. Como não tenho uma grande voz, me esforcei para encontrar um modo diferente de interpretar, um estilo só meu", explica. "Posso dizer que o aconteceu comigo profissionalmente é muito mais do que imaginei."

JULIETA VENEGAS
Quando: hoje, às 21h
Onde: Auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2, tel. 0/ xx/11/5908-4299); livre
Quanto: R$ 50 (ingressos esgotados)



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