São Paulo, sexta-feira, 28 de agosto de 2009

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Peça em tom fabular e circense estreia hoje

Texto português ganha adaptação para os palcos

JOSÉ ORENSTEIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um homem queria endireitar o mundo. Mas acabou por endireitar colunas. Um outro queria atravessar o Canal da Mancha. Mas não tinha braços nem pernas. Historietas como essas compõem a peça "O Endireita", que entra em cartaz hoje em São Paulo.
Em tom de fábula, que às vezes tange o surreal, o espetáculo pretende trazer ao público uma visão essencialmente humana sobre a possibilidade do fracasso. Foi essa a leitura dramática que o diretor Zé Henrique de Paula construiu a partir do texto original - um livro de crônicas do português Edson Athayde. A concepção cênica, porém, não se produziu sem doses de desafio.
"Nossa pergunta era como transformar esse material textual em teatro", conta Zé Henrique. O diretor foi convidado pelo ator Davi Amarante, que, tendo desenvolvido carreira em Portugal, acabou por conhecer Edson Athayde, autor de "O Endireita". O livro só foi lançado na internet (www.oendireita.com) e não foi concebido para o teatro. A solução, conta Zé Henrique, "foi o trabalho improvisado em cima do material para costurar os textos e ir criando uma narrativa". Dessa forma, um texto que em grande medida é construído em prosa poética foi traduzido no palco em cenas narradas e cantadas.
Outra linha que serve de fio condutor à montagem é a ambientação circense, algo mambembe. "O caráter fabular tem muito a ver com o universo do circo, que é quase um "leitmotiv" no livro. Mas é um circo decadente, com cara de cabaré."
Vícios e virtudes do comportamento humano ganham assim o palco sob lente de aumento, ou, como prefere Zé Henrique, como "naqueles espelhos que deformam e ora te aumentam, ora te afinam".


O ENDIREITA

Quando: sex., às 21h30; sáb. às 21h; dom. às 19 horas; até 25/10
Onde: Teatro do Centro da Terra (r. Piracuama, Sumaré, 19, tel. 0/xx/ 11/3675-1595)
Quanto: de R$ 20 a R$ 30
Classificação: 12 anos




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