São Paulo, domingo, 28 de agosto de 2011

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CRÍTICA DOCUMENTÁRIO

"Reino dos Felinos" não esconde brutalidade darwinista animal

DO EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE

Moral da história em "Reino dos Felinos"? Todas as reviravoltas dramáticas de "Ricardo 3º", "Os Sopranos" ou "Game of Thrones" já eram carne de vaca (ou melhor, de antílope) há milhares de anos na savana africana.
O filme usa um artifício cada vez mais comum em documentários sobre a vida selvagem: seguir os conflitos familiares e "tribais" de seus personagens -no caso, dois bandos de leões e uma família de guepardos, os animais terrestres mais rápidos do mundo.
Quem inventou o truque de dar nomes carismáticos aos bichos (como a matriarca dos guepardos, Sita, ou o leão "mafioso" Kali) foram os próprios zoólogos, cansados de usar letras ou números.
Funciona, e não só pela licença poética. Bichos altamente sociais e inteligentes, como os felinos, claramente possuem personalidades distintas, fazem alianças políticas e realizam quase qualquer coisa pelo bem-estar dos seus filhotes.
E, tal como os humanos, também fazem "guerra". Os momentos de maior tensão do filme envolvem o ataque montado por Kali e sua "tropa" de filhos já adultos contra um bando rival, dos quais estão separados por um rio que a seca torna vadeável.
Apesar do óbvio interesse de fisgar o público infantil, o filme não amacia a brutalidade darwinista por trás da atitude do bicho: o plano é matar os filhotes atuais das leoas para engravidá-las com seus próprios bebês.
Mas as mães, como boas leoas, não se entregam tão fácil, mesmo em desvantagem.

REINO DOS FELINOS
PRODUÇÃO
EUA, 2011
DIREÇÃO Alastair Fothergill e Keith Scholey
ONDE Central Plaza Cinemark, Eldorado Cinemark, Osasco Cinemark e circuito
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO bom



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