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São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2003

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Padre estrela filme de R$ 6 mi sobre a vida da Virgem Maria

O evangelho segundo Marcelo Rossi

Divulgação
Padre Marcelo Rossi em cena de "Maria - A Mãe do Filho de Deus"


LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele é recordista de venda de CDs, apresenta no rádio programa diário líder de audiência, aparece semanalmente na Globo, frequenta a televisão e revistas de celebridades. Só faltava ser astro de cinema. Agora não falta mais.
Aos 36, padre Marcelo Rossi estrela "Maria - A Mãe do Filho de Deus", uma narrativa bíblica infantil, com estréia nacional em 10 de outubro, dois dias antes do Dia de Nossa Senhora e das Crianças.
Como suas missas no Santuário do Terço Bizantino e tudo o que leva o nome do padre, o filme é cercado por grandes números.
A produção está orçada em R$ 6 mi (o último de Xuxa custou R$ 4,5 mi), contou com 63 atores (os da apresentadora têm média de 25), figurino de 400 peças e chegou a envolver 500 profissionais num dia de filmagem. A distribuição, pela Columbia, movimentará R$ 1,8 mi, e o lançamento terá megaoperação de marketing.
Em entrevista à Folha, Rossi afirma que seus seguidores são fiéis, não fãs ("As pessoas vêm me pedir a bênção"), comenta o cinema nacional e fala sobre seu amigo Gugu Liberato e a polêmica entrevista na qual foi ameaçado.

Folha - O sr. viu nesta semana o filme pela primeira vez e...
Marcelo Rossi -
Nossa, chorei tanto. Fiz questão de levar pessoas para testar: um segurança evangélico, um amigo ateu e dois católicos. Os católicos, tinha certeza de que ia agradar. O evangélico se emocionou várias vezes. Meu amigo continua ateu, mas disse: "Em quatro momentos chorei". Sempre gostei de cinema. Depois que me ordenei, não podia mais ir e foi uma emoção entrar no cinema depois de nove anos.

Folha - Por que não ia ao cinema?
Rossi -
Questão pessoal. Vejo em DVD. Em vez de ir ao cinema, prefiro ir a um hospital. Não me sinto bem. E fui a uma sala de um shopping para ver "Maria", e imagine a loucura para eu entrar e sair. Posso andar na rua, mas tem que ser uma coisa muito rápida. Se vou a um lugar e demoro mais de meia hora, já crio tumulto.

O que achou de "Maria"?
Rossi -
Sempre fui crítico, com todo o respeito, ao cinema nacional. O áudio e a imagem eram fracos em comparação aos de fora. Quando vi a fotografia de "Maria", fiquei arrepiado com a qualidade. Meu amigo me disse: "Parabéns. Você foi você mesmo. Não ficou falso nem atrapalhou o filme". Isso já é uma grande coisa.

Folha - O sr. levará o filme ao papa. Como acha que o Vaticano, que estuda proibir missas com dança...
Rossi -
[interrompendo] Não, os jornais não entenderam nada. Fui averiguar essa notícia. Uma revista italiana, chamada "Jesus", comentou que fala-se nisso. Mas não tem documento, nada.

Folha - O sr. acredita que o papa João Paulo 2º irá aprovar o filme?
Rossi -
Não é questão de aprovar. Nunca foi feito um filme sobre a vida de Maria. Quem roubou a cena foi a Giovanna [Antonelli, a Maria]. Que fique bem longe de mim, mas o Diabo, o José Dumont, fez muito bem. Assustou. O Luigi [Baricelli] assumiu o papel de Jesus. O cenário, disse meu amigo, não parecia filme nacional. Ele que falou, não sou eu quem está comentando isso, em respeito ao filme brasileiro.


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