São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NAS LOJAS

Jazz
SONG X: TWENTIETH ANNIVERSARY
   
PAT METHENY/ORNETTE COLEMAN
Jazzista dos mais populares (ainda que bom experimentador), o guitarrista Pat Metheny surpreendeu quando resolveu gravar com o saxofonista Ornette Coleman, pioneiro do free jazz, em 1985. Nasceu o disco "Song X", relançado em edição de aniversário com seis faixas inéditas das mesmas sessões. Eles vêm acompanhados de Charlie Haden no baixo e Jack DeJohnette na bateria, o que só aumenta o calibre das gravações. Alternando dinâmicas minimalistas e arroubos free-jazzísticos, o grupo, naturalmente, às vezes faz música que se torna o tipo de barulho em que só quem está tocando se diverte (uma das faixas chega a passar dos 13 minutos), como em qualquer disco de free jazz, mas isso não necessariamente é uma coisa ruim -pode ser interessante.
POR QUE OUVIR: o álbum é um frescor de originalidade e boas idéias, um destaque do jazz na década de 80 e uma boa atualização do free jazz para a época. (RONALDO EVANGELISTA)
GRAVADORA: Warner. QUANTO: R$ 40, em média.

Pop
INTENSIVE CARE
  
ROBBIE WILLIAMS
O garoto de ouro do pop britânico prometeu uma "ópera de gângster", mas veio com mais do mesmo. O pop radiofônico ligeiro e estudado e o rock inspirado no mais leve U2 são as marcas do novo álbum de um fenômeno que só o Reino Unido explica. Incrível como um som tão sem pegada, muito por suas viagenzinhas eletrônicas, consegue lotar estádios -não só lá como no resto da Europa. A voz pequena do bom entertainer quebra o galho no baladão infalível "Make me Pure", choca os bobos em "Your Gay Friend" e emula Mick Jagger na stoniana "A Place to Crash". "Ghosts" e "Please Don't Die" são boas músicas, mas o arranjo nunca pega o ouvinte pelo colarinho. O que temos no disco de Williams é um egocentrismo gigante num resultado apenas razoável. Para gângster falta muito.
POR QUE OUVIR: é perfeitinho, tem um balancinho e o rapaz é bonitinho. Só. (MÁRVIO DOS ANJOS)
GRAVADORA: Sony/BMG. QUANTO: R$ 30, em média.

Axé
AS SUPER NOVAS
 
IVETE SANGALO
O título é um engano, porque não há nada de novo nas "supernovas" músicas gravadas por Ivete Sangalo. O CD mistura os ingredientes de sempre: refrãos quase onomatopaicos; exaltações a "fevereiro", "carnaval" e "Bahia"; platitudes românticas; incentivos a abraços, beijos, ao pega-pra-capar; sucessos garantidos ("Soy Loco por ti America", tema de abertura da novela "América", e a lambadeira "Chorando se Foi"); e barulho, muito barulho. Por nada. Ou melhor, por dinheiro, muito dinheiro. Ou alegria, para quem preferir o eufemismo. E milhares de pessoas o preferem.
POR QUE NÃO OUVIR: Cansa os ouvidos e o corpo. Com um bom repertório, Ivete seria uma boa cantora. Com o que canta, só faz bem à vista. (LUIZ FERNANDO VIANNA)
GRAVADORA: Universal. QUANTO: R$ 27, em média.


Texto Anterior: Crítica: Rodgers encabeça retorno do Queen
Próximo Texto: Hipersônicas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.