São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2011

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CRÍTICA DRAMA

Naomi Kawase mantém estilo em novo filme, mas sem o mesmo encantamento

RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA

Dona de um dos olhares mais originais do cinema contemporâneo, tema de retrospectiva recente em SP, a japonesa Naomi Kawase reelabora em "Hanezu", seu novo filme, alguns dos elementos centrais de sua obra ficcional.
Estão presentes aqui novamente a narrativa reduzida ao essencial, a presença da natureza como espelho da aventura humana, a aura de mistério transcendente.
"Hanezu" se passa na região de Asuka, considerada o berço do Japão. Ali foi criada uma lenda de que os deuses vivem em três montes, dois deles masculinos em luta pelo amor do feminino.
No presente, a lenda se reflete, como carma, na vida de três habitantes da região: uma mulher dividida entre o marido e o amante que entra em silencioso desespero ao se descobrir grávida.
Embora a beleza do estilo de Kawase se repita aqui, o encantamento não é o mesmo que o produzido pelos filmes anteriores.
Talvez porque o mistério desse filme seja mais decifrável, porque o paralelo entre homem e natureza esteja evidenciado desde o princípio -de forma que a poética de seu cinema soe, pela primeira vez, mecânica.

HANEZU
DIREÇÃO Naomi Kawase
PRODUÇÃO Japão, 2011
QUANDO hoje, às 15h, na Faap
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO regular


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