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POPLOAD
Vocaloid (ou quando o Elvis cantou "Oops, I Did It Again")
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
O anúncio foi feito em março, em Frankfurt, na Alemanha. Mas pouca gente deu alguma
bola. Agora que o alarde saiu no
"New York Times", no domingo
passado, o assunto deve ganhar o
planeta, virar capa da "Wired",
essas coisas.
Em janeiro vai ser lançado o Vocaloid, programa de computador
que irá sintetizar a antes não sintetizável voz humana, com suas
complexidades e variáveis, chegar
perto da perfeição e ainda numa
qualidade de "show de estádio",
como vendem a história.
O programa foi criado em uma
parceria da Zero-G (?) e a Yamaha, que é líder mundial em áudio
digital e na manufatura de instrumentos musicais.
Grosso modo, o negócio é a
construção e codificação de uma
"biblioteca de voz", que prepara
na verdade um banco de vozes de
cantores famosos. Com a música
no computador, você insere as
palavras e as notas que você quer
na melodia. Daí aciona o banco de
vozes e escolhe o cantor que quer
que interprete a tal música.
Isso pode ser usado para fazer o
Carlinhos Brown interpretar
"Wonderwall", do Oasis, ou você
mesmo compor uma melodia para que o Mick Jagger cante.
A reportagem do "NYT" tinha o
título: "Posso ter essa música cantada pelo Elvis, por favor?" e sugeria: "Quer ouvir o Elvis cantando
"Oops! I Did It Again'? O Vocaloid
vai tornar isso possível".
O programa foi desenvolvido
em uma universidade da Espanha
e deve chegar ao público em janeiro, segundo se estima. Ao custo de
US$ 200. Ainda é imensurável o
barulho que isso pode causar na
música. Pensa os detentores dos
direitos do Elvis (Lisa?) tentando
impedir as pessoas de botarem o
lendário cantor fazendo dueto
com a Whitney Houston.
Imagina o hit dance "Satisfaction", do Benny Benassi, que tem
a voz feminina robotizada do macintosh, sendo cantada com uma
perfeita apropriação da voz da
Marisa Monte. E a revolução na
música não pára.
Barbada
Conforme estamos aprendendo
com as novas tendências do comportamento humano e através de
desenhos educativos como o
"South Park", o metrossexual é o
homem moderno.
E esse homem moderno é o cara
hetero que adota o estilo de vida
da cultura gay. É macho, mas vai
ao cabeleireiro toda semana, faz
as unhas, curte um vinho bom,
adora umas compras, combina a
meia com o cinto.
Na edição de dezembro da revista "The Face", veio o contra-ataque. A britânica revista-bíblia
dos descolados detectou que o levante feminino vem em forma de
barba e bigode. É cool agora "ladies" com o chamado cabelo facial. A Peaches apareceu barbada
na capa de seu mais recente disco.
E uma das garotas do Le Tigre cultiva uma penugem na cara.
Iron Maiden
Pega sua mão direita e a bote à
frente do seu corpo, com a palma
virada para você. Mantenha o dedinho e o indicador esticados e
dobre os do meio, segurando com
o dedão. Agora grite: "Metaaaaaaaal". O Iron toca no RJ, em
16 de janeiro, e em SP, no Pacaembu, no dia seguinte
TCTC
Só para avisar, já tem nas lojas
daqui o álbum "Kick Up the Fire
and Let the Flames Break Loose",
dos ingleses The Cooper Temple
Clause. Este "Kick Up" pode ser
irregular, mas é bem bom no que
ele tem de bom, como "Promises
Promises" e "Blind Pilots".
lucio@uol.com.br
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