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Rainha da web, galinha azul é criada no quintal
Personagem infantil já foi visto 120 milhões de vezes no YouTube
Produzida nos fundos de casa no interior de SP, Pintadinha vendeu 250 mil DVDs com canções de domínio público
Divulgação
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Galinha Pintadinha (à esq.) e Galo Carijó, em imagem do segundo DVD de clipes, que vendeu 100 mil cópias em um mês
DE SÃO PAULO
O fenômeno começou quase sem querer.
Dois publicitários de Campinas (93 km de SP) resolveram produzir um clipe infantil com a música "Galinha
Pintadinha" (a galinha pintadinha e o galo carijó/ a galinha usa saia e o galo paletó).
É uma animação bem colorida, com traços simples e a
letra acompanhada por uma
bolinha que pinga em cima
das palavras, seguindo a música. A estrela é uma galinha
azul, com bolinhas brancas.
Marcaram reunião com
um executivo de um canal infantil em São Paulo, mas não
conseguiram viajar para trazer o clipe. Colocaram no
YouTube e pediram a um representante para abrir o site
no encontro. Ao final, a resposta: "Não foi aprovado, podem tirar do YouTube".
Esqueceram de tirar e voltaram aos seus trabalhos. Em
poucas semanas, o clipe já
havia sido visto meio milhão
de vezes. Isso foi em 2005. De
lá até agora, o clipe original e
outros criados por Juliano
Prado, 39, e Marcos Luporino, 40, foram vistos 120 milhões de vezes no YouTube.
Na última quinta-feira, na
categoria "filmes e desenhos", havia cinco clipes da
Galinha Pintadinha entre os
dez mais vistos no mundo.
Dois DVDs foram lançados, ambos com canções de
domínio público, e venderam mais de 250 mil cópias.
O segundo, da Som Livre
(R$ 24,90), saiu neste semestre e vendeu 100 mil em um
mês, premiado com disco de
platina dupla.
Estão à venda dois CDs
com as músicas dos DVDs e
um com versão instrumental
para bebês. Há clipes para
iPad e iPhone, galinha de pelúcia e, em breve, sairão livros e blu-ray. "Achamos que
o sucesso tem a ver com a
mistura da linguagem moderna da animação com canções tradicionais", diz Prado.
Apesar do sucesso, eles
continuam trabalhando num
escritório no fundo do quintal de Prado, para onde Luporino vai de bicicleta.
Dizem já lucrar com a galinha, mas têm dificuldades
com patrocínio. O segundo
DVD teve autorização da
Agência Nacional do Cinema
para captar R$ 800 mil. Até
agora, conseguiram R$ 200
(duzentos reais mesmo, não
duzentos mil). "Há preconceito com produtos infantis",
diz Luporino.
(LAURA MATTOS)
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