São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010

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Rainha da web, galinha azul é criada no quintal

Personagem infantil já foi visto 120 milhões de vezes no YouTube

Produzida nos fundos de casa no interior de SP, Pintadinha vendeu 250 mil DVDs com canções de domínio público

Divulgação
Galinha Pintadinha (à esq.) e Galo Carijó, em imagem do segundo DVD de clipes, que vendeu 100 mil cópias em um mês

DE SÃO PAULO

O fenômeno começou quase sem querer.
Dois publicitários de Campinas (93 km de SP) resolveram produzir um clipe infantil com a música "Galinha Pintadinha" (a galinha pintadinha e o galo carijó/ a galinha usa saia e o galo paletó).
É uma animação bem colorida, com traços simples e a letra acompanhada por uma bolinha que pinga em cima das palavras, seguindo a música. A estrela é uma galinha azul, com bolinhas brancas.
Marcaram reunião com um executivo de um canal infantil em São Paulo, mas não conseguiram viajar para trazer o clipe. Colocaram no YouTube e pediram a um representante para abrir o site no encontro. Ao final, a resposta: "Não foi aprovado, podem tirar do YouTube".
Esqueceram de tirar e voltaram aos seus trabalhos. Em poucas semanas, o clipe já havia sido visto meio milhão de vezes. Isso foi em 2005. De lá até agora, o clipe original e outros criados por Juliano Prado, 39, e Marcos Luporino, 40, foram vistos 120 milhões de vezes no YouTube.
Na última quinta-feira, na categoria "filmes e desenhos", havia cinco clipes da Galinha Pintadinha entre os dez mais vistos no mundo.
Dois DVDs foram lançados, ambos com canções de domínio público, e venderam mais de 250 mil cópias.
O segundo, da Som Livre (R$ 24,90), saiu neste semestre e vendeu 100 mil em um mês, premiado com disco de platina dupla.
Estão à venda dois CDs com as músicas dos DVDs e um com versão instrumental para bebês. Há clipes para iPad e iPhone, galinha de pelúcia e, em breve, sairão livros e blu-ray. "Achamos que o sucesso tem a ver com a mistura da linguagem moderna da animação com canções tradicionais", diz Prado.
Apesar do sucesso, eles continuam trabalhando num escritório no fundo do quintal de Prado, para onde Luporino vai de bicicleta.
Dizem já lucrar com a galinha, mas têm dificuldades com patrocínio. O segundo DVD teve autorização da Agência Nacional do Cinema para captar R$ 800 mil. Até agora, conseguiram R$ 200 (duzentos reais mesmo, não duzentos mil). "Há preconceito com produtos infantis", diz Luporino.
(LAURA MATTOS)


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