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São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2003

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TV PAGA

Espanha dá sinais de vitalidade em "Lúcia e o Sexo"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

De "Lúcia e o Sexo" aproveita-se sobretudo Lúcia, isto é, a estonteante atriz Paz Vega. Mas vamos e venhamos, o cinema espanhol é um dos raros que, nestes últimos anos, não têm manifestado temor da sexualidade.
Esse medo acentuou-se muito com a epidemia de Aids, no começo dos anos 80, que praticamente enterrou o filme erótico, abrindo espaço cada vez maior para a indústria da pornografia.
É claro, a sexualidade sempre foi um assunto delicado. Vejamos as atrizes famosas pela sensualidade: com exceção de Claude Chabrol, ninguém de talento contratou Sylvia Kristel, Marilyn Monroe morreu pensando que era má atriz, e não era. Os exemplos contam-se por quilo.
Houve certa saturação do tema, é verdade, e, se a Espanha hoje se dá esses ares de libertária, é em grande parte por conta do generalíssimo Franco e sua censura. Agora abriram a porteira.
Assim, enquanto a maior parte da produção brasileira atual parece o pobre que bota roupa de domingo para visitar o amigo rico -mas isso só deixa mais evidente sua condição subalterna-, enquanto o cinema americano desenvolve quase sempre variantes das mesmas fórmulas e o cinema francês reflete o envelhecimento da sua cultura, os espanhóis dão sinais de vitalidade.
Em "Lúcia e o Sexo", tudo parte da história da garota que vai a uma ilha, após a morte do namorado escritor, e depois passa a viver cenas mediadas em grande medida pela escrita. Tudo desemboca na revista da TVA, apresentando o filme: "Não se intimide com o infeliz título (...). A estréia do Cinemax tem sexo explícito, mas são cenas inseridas no contexto de um filme inesquecível que vai muito além". Não era para tanto. Para voltar ao princípio, fiquemos com Paz Vega, que não vai além, mas é a alma e sobretudo o corpo deste filme.


LÚCIA E O SEXO. Quando: hoje, às 22h, no Cinemax.

TV ABERTA

"Amélia" vê choque de mundos com sensibilidade

João e o Pé de Feijão
SBT, 12h20.

(Jack and the Beanstalk). EUA, 2001, 174 min. Direção: Brian Henson. Com Mathew Modine, Vanessa Redgrave. A fábula aqui é adaptada, tomando como personagem principal Jack Robinson.

As Novas Aventuras de Riquinho
Globo, 15h05.

(Richie Rich's Christmas Wish). EUA, 98, 84 min. Direção: John Murlowski. Com David Gallagher, Martin Mull. Riquinho, menino riquíssimo, é acusado de arruinar o Natal e entra em crise.

Boleiros - Era uma Vez o Futebol

Cultura, 15h30.

Brasil, 97. Direção: Ugo Giorgetti. Com Flávio Migliaccio, Adriano Stuart. Em seis episódios, o filme trata dessa espécie profissional composta quase sempre por rapazes vindos de classe pobre.

Karatê Kid 4 - A Nova Aventura
Record, 16h30.

(The Next Karate Kid). EUA, 94, 104 min. Direção: Christopher Cain. Com Noriyuki Pat Morita, Hilary Swank. O mestre Morita ensina caratê a adolescente.

Melhor É Impossível
Record, 18h45.

(As Good as It Gets). EUA, 97, 138 min. Direção: James L. Brooks. Com Jack Nicholson, Helen Hunt. Escritor politicamente incorreto perde, aos poucos, os inúmeros preconceitos.

Simpático
Bandeirantes, 20h30.

(Simpatico). França/EUA/Inglaterra, 99, 105 min. Direção: Matthew Warchus. Com Nick Nolte, Jeff Bridges. Adaptação de peça de Sam Shepard sobre dois ex-amigos que ganharam dinheiro nas corridas de cavalo.

Amélia
Cultura, 21h.

Brasil, 98, 130 min. Direção: Ana Carolina. Com Béatrice Agenin, Miriam Muniz. Em 1905, a atriz Sarah Bernhardt visitou o Brasil, o que de fato ocorreu. O resto, o filme trata de ficcionalizar.

Inimigo do Estado
SBT, 22h.

(Enemy of the State). EUA, 98, 150 min. Direção: Tony Scott. Com Will Smith, Gene Hackman. Advogado recebe fita de um amigo que é assassinado; nela está registrado o assassinato de um senador.

O Homem do Presidente
Globo, 23h50.

(The President's Man). EUA, 2000. Direção: Eric Norris, Michael Preece. Com Chuck Norris. Antes de se aposentar, agente precisa treinar um substituto.

O Jogador
Bandeirantes, 0h.

(The Player). EUA, 92, 123 min. Direção: Robert Altman. Com Tim Robbins, Greta Scacchi. Radiografia cruel da indústria cinematográfica, a partir das atividades de um executivo de estúdio.

Sonho de uma Noite de Verão
Globo, 1h30.

(A Midsummer Night's Dream). EUA, 99. Direção: Michael Hoffman. Com Kevin Kline e Michelle Pfeiffer. Adaptação da obra de Shakespeare sobre dois jovens apaixonados que vivem noite mágica.

Criaturas
Globo, 3h30.

(Critters). EUA, 86, 86 min. Direção: Stephen Herek. Com Dee Wallace Stone, Scott Grimes. Aliens escapam de prisão intergaláctica e caem na Terra.
(INÁCIO ARAUJO e BRUNO YUTAKA SAITO)

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