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São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2003

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Reclamações levam a reelaboração de critérios

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A secretária nacional de Justiça, Cláudia Chagas, 40, preside a comissão que irá redefinir os critérios de classificação do conteúdo de programas televisivos e fitas de cinema. Leia abaixo trechos de entrevista concedida pela secretária à Folha.

Folha - Por que o governo decidiu rever os critérios de classificação do cinema e da televisão?
Claudia Chagas -
Houve essa decisão porque as pessoas cada vez mais querem que a gente assuma uma postura de suspender o programa, de proibir, coisa que não podemos, que é ilegal. Há cartas de mães que chegam dizendo que têm vergonha de assistir à novela junto com a filha. Outras, cobram alguma providência direta do ministro [da Justiça, Márcio Thomaz Bastos], acham que ele tem que tirar o programa do ar.

Folha - Quais as principais queixas dos telespectadores?
Chagas -
Sexo e violência, nesta ordem.

Folha - As emissoras não seriam capazes de, juntas, fazer uma auto-regulamentação da programação?
Chagas -
Se ficar só na auto-regulamentação, o Estado se retira. As emissoras ainda não criaram suas ouvidorias para saber o que as pessoas acham do que estão assistindo. O Estado tem que fiscalizar como defesa dos interesses da sociedade. Hoje há receio de falar de qualquer forma de controle, porque surge logo a idéia de censura. Não é censura, mas também não pode ser omissão. Penso que já amadurecemos o suficiente para não ter medo de confundir isso [classificação] com censura. O Estado tem que entrar nessa questão com a família, com a sociedade.

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