São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2004

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O MUNDO DE BACO

No embalo do interesse crescente, lojas ampliam horizontes

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

Fruto provavelmente do crescente entusiasmo pela enogastronomia e do interesse e procura pela bebida, o mercado brasileiro de vinhos está ficando cada vez mais sofisticado. Calcula-se que os apreciadores do país têm hoje ao seu alcance cerca de 10 mil rótulos diferentes, oriundos das principais regiões do mundo.
No embalo, além de surgirem novas importadoras, outras, do tipo "boutique" -criadas para focar apenas num punhado de vinícolas de um único país-, decidiram ampliar os seus horizontes.
Uma delas é a Premium (tel. 0/ xx/31/3282-1588) de Belo Horizonte, inaugurada para importar exclusivamente tintos e brancos da Nova Zelândia, a paixão inicial dos seus proprietários. Tempos depois a casa mineira abriu espaço para os goles chilenos da Casa Rivas e agora finca o pé em terras européias, trazendo uma pequena coleção de vinhos franceses, composta por garrafas das regiões de Bordeaux, Rhône e do sudeste da França. Os que degustei, todos tintos, mostraram uma razoável relação custo-benefício, uma qualidade pouco habitual nos vinhos daquelas bandas.
Impressionou bem o Château Joanny 2001, um Côtes de Rhône Villages, elaborado com uvas grenache (70%) e syrah, um vinho de paladar agradável, redondo, que combina frutas vermelhas com exóticas pinceladas cítricas e de nectarina (85/100, R$ 34).
Bom também o Les Corioles 2002, da região de Corbièrs, no sudeste gaulês. Também corte de uvas syrah (70%) e grenache, ele é um vinho de corpo médio, que tem aroma e sabor que mescla amoras e leve goiaba com um toque herbáceo (86/100, R$ 38).
O melhor foi outro rubro do sudeste, o Château d'Or et des Gueules Cuvée Trassegum 2000, um vinho de uvas syrah, carignan e mourvédre, de perfume complexo (ameixas maduras, amoras, chocolate, couro) e paladar bem estruturado e frutado, bela escolta para uma carne vermelha assada (87/100, R$ 71,50).

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