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FILMES
TV PAGA
"Longe do Paraíso" expõe o museu de cera de Haynes
PAULO SANTOS LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Sem dúvida "Longe do Paraíso" cumpre esteticamente a
fidelidade à sua matriz, o cinema
de Douglas Sirk. Aqui estão o
Technicolor gritando na imagem
colorizada, a câmera invisível registrando aquele mundo doméstico e quase simbólico de um ideal
de felicidade, a música de Elmer
Bernstein fazendo ponte entre os
clássicos sirkianos dos anos 50 e o
presente. Mas este filme de Todd
Haynes parece não decolar da pura reverência estética.
Porque o melodrama que Sirk
fazia nos anos 50 apoiava-se justamente no abalo de uma convenção, ou seja, em alguma desordem
subterrânea que vinha à tona e
que punha em xeque vários mandamentos morais. Era uma rachadura na casca polida do modelo
familiar típico do imaginário
americano, que o alemão Sirk sabia seqüestrar tão bem para a tela.
E era na imagem que a coisa tomava corpo, e por isso os espaços
e seus objetos eram tão valorizados em cena (basta lembrarmos
da televisão que a solitária viúva
ganha dos filhos em "Tudo o que
o Céu Permite").
Haynes freqüenta outros tempos, pós-revolução de costumes, e
seu filme apenas visita este cinema sem travar novos diálogos ferozes com nosso tempo. Estamos
(também) nos anos 50, e Julianne
Moore faz a feliz dona-de-casa
que descobre que seu marido
(Dennis Quaid), além de falido, é
homossexual. Desolada, vai tomando afeição pelo jardineiro negro, o que cria celeuma entre suas
amigas, claro. Um evento que hoje soa bem cotidiano, e daí este filme só ganhar sentido se o mundo
não tiver mudado tanto. Mudou,
mas não nosso olhar, que ainda é
engambelado pelos truques dramatúrgicos, aqui muito bem orquestrados por Haynes, devoto
fiel não só de Sirk mas de todo um
cinema lamê.
LONGE DO PARAÍSO. Quando: hoje, às
21h, no HBO.
TV ABERTA
Jackie Chan busca limpar o nome em "Police Story"
Como Arranjar uma Namorada
pro Papai
SBT, 14h.
(Billboard Dad). EUA, 1998, 92 min.
Direção: Mary-Kate Olsen, Ashley Olsen.
Gêmeas empenham-se em dar um fim à
solidão do pai, viúvo.
Lua-de-Mel a Três
SBT, 16h.
(Honeymoon in Vegas). EUA, 1992, 96
min. Direção: Andrew Bergman. Com
James Caan. Detetive leva a noiva para
casar em Las Vegas. Casar ou jogar? O
certo é que James Caan, disposto a
conquistá-la, arma um jogo para que o
rapaz se afunde em dívidas.
Police Story
Globo, 16h20.
EUA/Hong Kong, 1985, 90 min. Direção:
Jackie Chan. Com Jackie Chan. Policial
tem o nome manchado por um
traficante a quem prendeu. Limpar seu
nome será um dos problemas a enfrentar
neste filme.
O Matador
Record, 21h10.
(The Hitman). EUA, 1991, 94 min.
Direção: Aaron Norris. Com Chuck Norris.
Com dupla identidade, o agente Norris
combate as quase infinitas facções
criminosas que vicejam em Seattle.
Ricos, Bonitos e Infiéis
SBT, 23h15.
(Town and Country). EUA, 2001, 104 min.
Direção: Peter Chelsom. Com Warren
Beatty. Comédia de costumes, ou
melhor, de relacionamentos, que faz a
apologia extrema do ator como peça-chave de um filme.
Cobras
Globo, 23h35.
(Snake Island). África do Sul, 1992, 90
min. Direção: Wayne Crawford. Com
Wayne Crawford. Após naufrágio do
navio em que viajam, turistas tentam
passar a noite da melhor maneira
possível. Inédito.
Na Mira do Inimigo
SBT, 1h15.
(Four Dogs Playing Poker). EUA, 2000, 97
min. Direção: Paul Rachman. Com Stacy
Edwards. O pior roubo do século: ladrões
roubam estatueta para um negociante
de arte, mas algo dá errado e eles têm de
devolvê-la. Como é impossível reavê-la,
eles preferem a segunda opção
-compensar com US$ 1 milhão.
Obsessão Assassina
Bandeirantes, 2h30.
(Shadow Dancer). EUA, 1995, 102 min.
Direção: Michael Paul Girard. Com April
Breneman. Homem e namorada ganham
a vida como freqüentadores de orgias.
De Cara Limpa
SBT, 3h.
Brasil, 2000, 96 min. Direção: Sérgio
Daniel Lerrer. Com Barbara Paz, Marcos
Mion. Meio ao estilo dos filmes de
adolescentes norte-americanos dos anos
80, aqui temos um grupo de amigos
refletindo a vida, de relacionamentos a
expectativas profissionais. Uma
proposta de filme meio batida, mas o
problema pode ser o elenco, que pode
não segurar o tranco aqui. Somente para
São Paulo.
Monk
Globo, 3h25.
EUA, 2002, 120 min. Direção: Dean
Parisot. Com Tony Shalhoub, Bitty
Schram. Episódio-piloto da série
televisiva sobre o detetive Adrian Monk,
que sofre de transtorno obsessivo-compulsivo.
Uma Vida Melhor
SBT, 4h45.
(Radiant City). EUA, 1995. Direção:
Robert Allan Ackerman. Com Kirstie
Alley, Clancy Brown. Cidade Radiante é o
conjunto tipo Cohab em que vive família
pobre de Nova York, até que a mãe se
mobiliza, inconformada com uma vida
de tantas restrições. Desejamos-lhe a
melhor sorte.
(INÁCIO ARAUJO E PAULO SANTOS LIMA)
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