São Paulo, sábado, 29 de janeiro de 2011 |
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livros Imigrantes marcam a nova geração francesa Marie NDiaye, vencedora do Goncourt, é filha de argelinos; Rahimi escreve em francês mas é afegão Vertente de estrangeiros ou filhos de árabes e africanos é uma das mais bem aceitas no exterior DE SÃO PAULO Marie NDiaye, Atiq Rahimi, Tahar Ben Jelloun, Naguib Mahfouz, Ahamadou Kourouma e por aí vai. São assim, sonoramente nada franceses, os nomes de alguns dos mais premiados e traduzidos autores de língua francesa atualmente. "A questão se deslocou da nacionalidade, que é cada vez mais fluida, para a questão da língua", diz Manuel da Costa Pinto, curador da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que acontecerá de 6 a 10 de julho, e que terá alguns dos novos franceses entre seus convidados. "A vertente dos filhos de imigrantes tem se mostrado uma das mais ricas na França atual", atesta a crítica Leyla. Mas há também os estrangeiros que, mesmo que, em alguns casos, tenham começado a escrever na língua materna, adotaram o francês como língua literária. São assim o marroquino Tahar Ben Jelloun, o egípcio Naguib Mahfouz, o afegão Atiq Rahimi -todos premiados e muito traduzidos. COMO NO FUTEBOL O editor Angel Bojadsen, da Estação Liberdade, que publica, entre outros, Rahimi ("Terra e Cinzas", "As Mil Casas do Sonho e do Terror") e Kourouma ("Alá e as crianças-soldado), acha que esses autores, pela própria origem, estão muito mais abertos para o mundo que os franceses nascidos e criados no país. "Acho que foi essa a salvação da literatura francesa atual", diz Bojadsen. "Se não foi isso, ela continuaria enclausurada." É o fenômeno das seleções de futebol espalhando-se para o mundo das letras. (ANA PAULA SOUSA) Texto Anterior: Retorno à francesa Próximo Texto: Josélia Aguiar é a nova colunista do "Painel das Letras" Índice | Comunicar Erros |
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