São Paulo, sexta, 29 de janeiro de 1999

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RESTAURANTE CRÍTICA
Tamarindo não assume lado "restô'

JOSIMAR MELO
especial para a Folha

Entre ser bar e restaurante, o novo Tamarindo se situa no meio do caminho entre os dois. Espírito, cara e serviço têm toda a cara de bar. O menu, que tenta oferecer pratos mais trabalhados, flerta mais com seu lado restaurante.
Pequeno, mas espaçoso, o Tamarindo tem um ambiente claro, realçado pelos janelões abertos para a rua e pelas mesas nuas de madeira clara, numa decoração divulgada como lembrando o Novo México (embora lembre muito pouco).
A música alta, mesmo no almoço, incomoda quem pretende prestar atenção ao que come. Mas deve ser convidativo para quem prefere a atmosfera de bar, para a qual o restaurante está bem vocacionado. O serviço despreparado (bem, isso com o tempo pode melhorar) também parece menos adequado para o trabalho de um restaurante.
O item mais atraente e ambicioso está mesmo no cardápio, que não se limita aos pastéis e ao filé com molho de mostarda comum a todos os bares. Ele foi elaborado pelo gourmet Gera Mello Peixoto.
Os canapés incluem, por exemplo, asas de frango picantes e uma tenra linguiça de carneiro. Entre as entradas, há um carpaccio de palmito fresco (aqui ele também entra, desfiado, numa das saladas); nada de tão óbvio, portanto.
A precisão na execução compromete, porém, boa parte dos pratos experimentados. O de espaguete com tomate, gengibre e camarão (os minúsculos camarões poderiam ser mais graúdos, aliás) tem um honesto molho de tomate, embora excesso de gengibre.
O de linguado ao manjericão tinha um sabor esmaecido, enquanto o frango ao molho de laranja estava dentro do que se poderia esperar de um prato naturalmente pouco inspirado.
Já o escalope de vitela à milanesa, com rúcula, manjericão e tomate, correspondia às expectativas, da mesma forma que as costeletas de cordeiro, um pouco além do ponto (como quase sempre, aliás), vieram corretamente guarnecidas por um molho de vinho do Porto e cuscuz marroquino com vegetais.
Ainda a muitos passos de ser um bom restaurante, o Tamarindo ao menos arrisca no cardápio, o que não resolve, mas já ajuda.
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Restaurante: Tamarindo Cotação: regular / $$
Onde: r. Atílio Innocenti, 618 (Vila Olímpia), tel. 828-0227
Quando: seg e ter, 11h45/ 15h; qua, 11h45/15h e 17h/1h; qui e sex, 11h45/15h e 17h/2h; sáb, 12h/ 2h
Cozinha: variada, pratos leves
Cartão: V.
Quanto: massas, R$ 10 a R$ 13; pescados, R$ 11,50 a R$ 23; carnes e aves, R$ 14 a R$ 20




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