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ESTRÉIA
Portugueses festejam "Mal'
do enviado ao Porto
Paralelamente a seu principal festival, o cinema português celebrou, na última
sexta-feira, a chegada ao cartaz do filme "Mal", de Alberto Seixas Santos, filme vendido como superprodução
lusa que o país parecia estar
esperando na porta das salas
desde que arrancou algumas
críticas entusiasmadas na
edição mais recente do Festival de Veneza.
Tratado como "santo" da
cinematografia portuguesa
(uma alusão a seu nome?)
Seixas Santos causa delírio
na crítica local pela sua excentricidade e por seu modo
de olhar, para depois contar,
a história recente do país: é
de filmar uma só vez a cada
década e, quando o faz, seus
filmes vêm com o carimbo
"definitivo".
Em "Mal", Seixas Santos
tenta alinhavar uma sucessão de males que, acredita, se
instalou no mundo neste final de século.
Um "Auto de Todos os
Males", como tem sido chamado aqui.
O retrato apocalíptico de
Seixas Santos traz como personagens uma garotinha vagando a procura do nada (a
infância perdida?); uma irlandesa que vive há muito
em Portugal, luta por causas
sociais, colabora com o IRA
e, por fim, pega Aids; o marido (que lhe passou a Aids),
que segundo a sinopse, é um
homem de sucesso convertido aos prazeres do capitalismo selvagem, o que inclui o
item "mulherengo incorrigível"; um garoto problemático, que as drogas levam à
marginalidade; e, por fim, a
mãe do menino, uma fanática evangélica, que o filme
define como pertencente a
"uma dessas seitas sem escrúpulos, manipuladora
movida a inconfessados intuitos mercantilistas".
Com os diversos "males"
devidamente representados
(e mais alguns outros não citados), "Mal" se arrasta entre o enfadonho e o caricato.
Mas, ao que parece, tem lá
sua capacidade de dividir
opiniões.
O filme deve ser exibido no
Brasil, uma vez que ganhou
distribuição mundial da Columbia-Tristar-Warner e
conta com nomes brasileiros
nos créditos de produção.
(LR)
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