São Paulo, terça-feira, 29 de fevereiro de 2000


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ESTRÉIA
Portugueses festejam "Mal'

do enviado ao Porto

Paralelamente a seu principal festival, o cinema português celebrou, na última sexta-feira, a chegada ao cartaz do filme "Mal", de Alberto Seixas Santos, filme vendido como superprodução lusa que o país parecia estar esperando na porta das salas desde que arrancou algumas críticas entusiasmadas na edição mais recente do Festival de Veneza.
Tratado como "santo" da cinematografia portuguesa (uma alusão a seu nome?) Seixas Santos causa delírio na crítica local pela sua excentricidade e por seu modo de olhar, para depois contar, a história recente do país: é de filmar uma só vez a cada década e, quando o faz, seus filmes vêm com o carimbo "definitivo".
Em "Mal", Seixas Santos tenta alinhavar uma sucessão de males que, acredita, se instalou no mundo neste final de século.
Um "Auto de Todos os Males", como tem sido chamado aqui.
O retrato apocalíptico de Seixas Santos traz como personagens uma garotinha vagando a procura do nada (a infância perdida?); uma irlandesa que vive há muito em Portugal, luta por causas sociais, colabora com o IRA e, por fim, pega Aids; o marido (que lhe passou a Aids), que segundo a sinopse, é um homem de sucesso convertido aos prazeres do capitalismo selvagem, o que inclui o item "mulherengo incorrigível"; um garoto problemático, que as drogas levam à marginalidade; e, por fim, a mãe do menino, uma fanática evangélica, que o filme define como pertencente a "uma dessas seitas sem escrúpulos, manipuladora movida a inconfessados intuitos mercantilistas".
Com os diversos "males" devidamente representados (e mais alguns outros não citados), "Mal" se arrasta entre o enfadonho e o caricato. Mas, ao que parece, tem lá sua capacidade de dividir opiniões.
O filme deve ser exibido no Brasil, uma vez que ganhou distribuição mundial da Columbia-Tristar-Warner e conta com nomes brasileiros nos créditos de produção.
(LR)


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