São Paulo, domingo, 29 de fevereiro de 2004

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Chanchada subiu com Senhoras de Santana

DA ENVIADA A BRASÍLIA

Antes de enfrentar o atual setor de classificação federal, o dono da Tiquinho Brinquedos teve de negociar com a pesada censura do governo militar (1964-1985).
A função de "assessor de distribuidoras" começou com seu pai, gerente do segundo cinema de Brasília, em 1962 -quando o departamento de censura se mudou para a recém-inaugurada capital.
Após dois anos, com os militares, o trabalho se complicou. "Tudo quanto era filme acabava cortado, proibido, a coisa ficou rigorosa", diz Fernando de Almeida.
Mas a censura nem sempre foi vilã para a indústria cinematográfica. "As Senhoras de Santana [movimento moralista do bairro paulistano iniciado na década de 60] começaram a protestar contra a pornochanchada. Nessa época, o filão desses filmes já estava se esgotando. Foi só o governo começar a proibir, o mercado foi lá em cima. Lógico, proibido é desejado. Por isso censura não funciona", afirma ele, que atuava com o pai e assumiu o negócio em 1970.
No primeiro semestre deste ano, o Ministério da Justiça deverá realizar uma audiência pública para discutir as novas regras de classificação de cinema. O texto (na íntegra no site www.mj. gov.br) propõe a criação de mais duas faixas etárias (8 e 10 anos), além de uma divisão de responsabilidade entre pais e governo.
Paulo Thiago, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria Cinematográfica e Audiovisual, apóia a idéia. "Os pais têm de ter o direito de decidir o que seu filho pode ver no cinema." (LM)



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