São Paulo, sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

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CDs

Trilha sonora
My Blueberry Nights
VÁRIOS
Gravadora:
EMI; Quanto: R$ 28, em média; Avaliação: ótimo
Da turma de cineastas que realmente se envolvem na trilha sonora, Wong Kar-wai, em seu mais recente filme (ainda sem data de estréia no Brasil), transpõe seu peculiar universo de seres solitários do Oriente para o Ocidente. As faixas embarcam na viagem pela América da agora atriz Norah Jones, que também está na faixa "The Story". Antes de mais nada, há Ry Cooder, o músico que melhor traduz em sons essa noção mítica de estradas/desertos, compondo material exclusivo, e Cat Power, também no elenco e na trilha, que aparece com "The Greatest" e "Living Proof".
POR QUE OUVIR: esta trilha tem vida própria, faz sentido sem o filme, e Otis Redding, Ruth Brown e Cassandra Wilson ainda marcam presença neste álbum de clima country/blues. (BRUNO YUTAKA SAITO)

Pop
Mil Rosas
ANA PAULA LOPES
Gravadora:
Usina Brasil; Quanto: R$ 23, em média; Avaliação: bom
Depois de um primeiro disco ("Meu", 2005) com reverências a Tom Jobim e outros mestres da música popular brasileira, a cantora Ana Paula Lopes aposta, em "Mil Rosas", em novos compositores e numa sonoridade mais pop. O resultado é melhor, pois mostra seu amadurecimento como intérprete e a construção de uma voz própria. Na diversidade do repertório, o samba acelerado "Gata Lúcida" (Giana Viscardi), o blues "Mesmo que Tarde" (Juliana Kehl) e a balada "Teu Mar" (Juliana Kehl) estão entre os destaques. Quando se arrisca no samba-funk ("Rainha da Laje", de Rodrigo Leão), é que não se sai tão bem.
POR QUE OUVIR: a ousadia na escolha das músicas e nos arranjos indica que Ana Paula Lopes está firmando sua assinatura. (LFV)

Pop
Sleep Through the Static
JACK JOHNSON
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 34,90, em média; Avaliação: regular
O cantor-surfista surge mais triste do que o habitual neste "Sleep Through the Static". Por falar em dormir, como sugere o título, este é um bom CD para isso -lento que só, sem hits animadinhos, mas deve agradar aos fãs de sempre. Vale registrar: o CD é dedicado a Danny Riley, cantor californiano, seguidor de Johnson e primo de sua mulher, que morreu aos 19 anos, durante as gravações, com um raro tipo de câncer no cérebro. Johnson já declarou ter feito parte das músicas para Danny e sua família.
POR QUE OUVIR: pelas um pouco mais animadas "Go On" e "Sleep Through the Static", que faz protesto contra a guerra e volta ao ritmo misturado de seus hits. Além do mais, o CD foi gravado com "100% de energia solar", segundo o encarte. (CRISTINA FIBE)

Infantil
Canções de Faz de Conta
CARLOS NAVAS
Gravadora:
Lua (www.luamusic.com.br); Quanto: R$ 23, em média; Avaliação: regular Chico Buarque é o grande inspirador de Carlos Navas (que recentemente fez um disco em homenagem a Mario Reis), nesta coletânea de músicas para crianças. Navas elegeu alguns sucessos infantis do compositor que ficaram famosos no cinema, como "Hollywood", eternizado na voz de Lucinha Lins em "Os Saltimbancos Trapalhões", e no teatro, com canções dos espetáculo "Calabar" e "O Grande Circo Místico". O disco tem ainda participações de Vânia Bastos em "João e Maria" e de Bibi Ferreira, que declama "Minha Canção".
POR QUE OUVIR: vale pela versão de "Rebichada" (música também do filme dos Trapalhões de 1981), em ritmo de baião. Mas Adriana Calcanhotto fez melhor com "Ciranda da Bailarina" em seu "Adriana Partimpim", e Toquinho segue imbatível com "O Caderno". (LÚCIA VALENTIM RODRIGUES)

Pop
Meu Nome é João Estrella
JOÃO ESTRELLA
Gravadora:
EMI; Quanto: R$ 24; Avaliação: ruim
Meu nome não é Johnny, minha profissão não é cantor. João Estrella, ex-playboy, ex-traficante e personagem-título de um dos hits recentes do cinema brasileiro (depois de "Tropa de Elite"), mostra aqui sua até então pouco conhecida faceta de cantor e compositor. É pena: poderia continuar desconhecida, sem prejuízo para a história da música brasileira. O suposto interesse que viria das letras compostas enquanto em cana inexiste, pois elas são pueris (vide "Tempo Time"). Quanto às melodias, elas são minimamente melhores (como em "No Parque"), mas não o suficiente para tornar o disco interessante.
POR QUE NÃO OUVIR: errado desde a capa (o que é aquela foto de boca aberta?), o melhor que o álbum oferece é uma cover de Secos e Molhados ("O Patrão Nosso de Cada Dia") bem inferior à versão original. Ou seja... (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)
Rock
The Bedlam in Goliath
THE MARS VOLTA
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 30, em média; Avaliação: ruim
Quanto papel não foi gasto (em vão) com louvações ao At the Drive-In e a seu derivado, este Mars Volta, formado pelo californiano Cedric Bixler-Zavala e pelo porto-riquenho Omar Rodriguez-Lopez, célebres pelas cabeleiras black power e pelas apresentações barulhentas e performáticas (o que não os impediu de abandonar o palco certa vez porque o público não parou com as rodas de pogo e o crowdsurfing). Este "The Bedlam in Goliath" segue a tradição das duas bandas: é muito barulho por nada. De qualquer modo, é justo registrar que o álbum estreou em terceiro lugar na parada da Billboard, vendendo mais de 54 mil cópias na primeira semana -ou seja, há quem goste.
POR QUE NÃO OUVIR: ruim e caro. Quer conhecer? Vá ao MySpace. (MAC)


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