São Paulo, sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

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Crítica

Esforço inútil, o premiado "Baile" foi esquecido

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que será que Ettore Scola pretendia quando fez "O Baile" (TC Cult, 20h)? Demonstrar que era capaz de fazer um filme inteiro mudo e num mesmo ambiente?
Bem, isso ele conseguiu. Em "O Baile", a narração é toda feita a partir das músicas tocadas, da coreografia, de certos elementos de cena. É com eles que conta o diretor para relatar episódios da história da França (acompanhando mais ou menos a cronologia da própria casa de bailes).
Mas, se o cinema sonoro foi inventado, qual a vantagem de lhe suprimir a voz? Se é tão mais fácil explicar certas coisas falando, por que não falar?
Como sempre que se faz esse tipo de esforço inútil, o filme foi bastante premiado, elogiado e, vamos falar a verdade, esquecido.
Scola não é um cineasta nulo, tem filmes fortes, como "Um Dia Muito Especial".
Mas "O Baile", que fez em 1983, logo depois do notável "Casanova e a Revolução", é só uma lição de maneirismo. Desculpe, mas não dá pé.


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