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Crítica
Esforço inútil, o premiado "Baile" foi esquecido
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O que será que Ettore Scola
pretendia quando fez "O Baile" (TC Cult, 20h)? Demonstrar que era capaz de fazer um
filme inteiro mudo e num mesmo ambiente?
Bem, isso ele conseguiu. Em
"O Baile", a narração é toda feita a partir das músicas tocadas,
da coreografia, de certos elementos de cena. É com eles que
conta o diretor para relatar episódios da história da França
(acompanhando mais ou menos a cronologia da própria casa de bailes).
Mas, se o cinema sonoro foi
inventado, qual a vantagem de
lhe suprimir a voz? Se é tão
mais fácil explicar certas coisas
falando, por que não falar?
Como sempre que se faz esse
tipo de esforço inútil, o filme
foi bastante premiado, elogiado e, vamos falar a verdade, esquecido.
Scola não é um cineasta nulo,
tem filmes fortes, como "Um
Dia Muito Especial".
Mas "O Baile", que fez em
1983, logo depois do notável
"Casanova e a Revolução", é só
uma lição de maneirismo. Desculpe, mas não dá pé.
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