São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Índice

25ª BIENAL
Brasília será ponto de referência no evento

CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local

O curador da Bienal Internacional de São Paulo, Ivo Mesquita, divulgou anteontem -em palestra no Senac, em São Paulo- alguns pontos que nortearão a 25ª edição do evento, que acontece entre 28 de abril e 29 de julho de 2001.
O primeiro ponto abordado foi o questionamento do núcleo histórico. "Não cabe à Bienal reproduzir o papel de um museu. Isso é um equívoco de interpretação", disse Mesquita.
Como alternativa, propõe uma visão interdisciplinar da modernidade e da contemporaneidade tendo a cidade de Brasília como referência.
Para isso, concebeu a mostra "Histórias do Futuro", que relaciona a grande utopia do país (a capital federal) com movimentos artísticos da primeira metade do século.
Haverá, por exemplo, uma mostra sobre o arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Outra mostra apresentará criações de artistas das vanguardas russas, como Malevitch e Rodchenko.
Trabalhos de Mondrian e Reitveld estarão em um terceiro segmento, que apresentará as formas como a arte se insere na vida cotidiana.
O racionalismo proposto pela escola alemã Bauhaus será abordado em um quarto segmento.
Nesse último, Mesquita adiantou que tomará duas licenças poéticas ao incluir nele as representações arquitetônicas surrealistas do argentino Xul Solar e as paisagens urbanas do francês Fernand Léger.
A partir dessa apresentação de atitudes artísticas preliminares ao modernismo, Mesquita quer estabelecer um ponto de convergência entre a construção da modernidade e a fragmentação e diversificação de suas referências.
Esse núcleo será complementado com obras de contemporâneos, como Andrea Zittel, Gordon Matta-Clark, Gerard Richter e Thomas Struth.
O espaço do núcleo histórico terá ainda uma mostra paralela de escultores, como Julio Gonzalez, Alexander Calder, Jean Tinguely, Mathias Goeritz, Amilcar de Castro, Sérgio Camargo, Lygia Clark e outros, com obras em pequenos formatos produzidas entre os anos 30 e 60.
Ivo Mesquita pretende ainda que a Bienal não se resuma a São Paulo e, para isso, quer realizar um ciclo de conferências interdisciplinares em Brasília, com a presença de filósofos, arquitetos e artistas brasileiros e internacionais.


Colaborou Juliana Monachesi, free-lance para a Folha

Texto Anterior: Redescobrimento tem site
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.