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25ª BIENAL
Brasília será ponto de referência no evento
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
O curador da Bienal Internacional de São Paulo, Ivo Mesquita, divulgou anteontem
-em palestra no Senac, em
São Paulo- alguns pontos que
nortearão a 25ª edição do evento, que acontece entre 28 de
abril e 29 de julho de 2001.
O primeiro ponto abordado
foi o questionamento do núcleo histórico. "Não cabe à Bienal reproduzir o papel de um
museu. Isso é um equívoco de
interpretação", disse Mesquita.
Como alternativa, propõe
uma visão interdisciplinar da
modernidade e da contemporaneidade tendo a cidade de
Brasília como referência.
Para isso, concebeu a mostra
"Histórias do Futuro", que relaciona a grande utopia do país
(a capital federal) com movimentos artísticos da primeira
metade do século.
Haverá, por exemplo, uma
mostra sobre o arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Outra
mostra apresentará criações de
artistas das vanguardas russas,
como Malevitch e Rodchenko.
Trabalhos de Mondrian e
Reitveld estarão em um terceiro segmento, que apresentará
as formas como a arte se insere
na vida cotidiana.
O racionalismo proposto pela escola alemã Bauhaus será
abordado em um quarto segmento.
Nesse último, Mesquita
adiantou que tomará duas licenças poéticas ao incluir nele
as representações arquitetônicas surrealistas do argentino
Xul Solar e as paisagens urbanas do francês Fernand Léger.
A partir dessa apresentação
de atitudes artísticas preliminares ao modernismo, Mesquita quer estabelecer um ponto de convergência entre a
construção da modernidade e a
fragmentação e diversificação
de suas referências.
Esse núcleo será complementado com obras de contemporâneos, como Andrea Zittel,
Gordon Matta-Clark, Gerard
Richter e Thomas Struth.
O espaço do núcleo histórico
terá ainda uma mostra paralela
de escultores, como Julio Gonzalez, Alexander Calder, Jean
Tinguely, Mathias Goeritz,
Amilcar de Castro, Sérgio Camargo, Lygia Clark e outros,
com obras em pequenos formatos produzidas entre os
anos 30 e 60.
Ivo Mesquita pretende ainda
que a Bienal não se resuma a
São Paulo e, para isso, quer realizar um ciclo de conferências
interdisciplinares em Brasília,
com a presença de filósofos, arquitetos e artistas brasileiros e
internacionais.
Colaborou Juliana Monachesi, free-lance para a Folha
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