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Obras da América do Sul estão em galerias
Espaços em SP como a Leme e a Nara
Roesler expõem colombiana e peruano
Segundo o galerista Eduardo Leme, continente
tem artistas menos conhecidos em países como
a Venezuela e a Bolívia
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
As galerias paulistanas parecem atentas à produção artística dos nossos vizinhos continentais, em especial a produzida por nomes mais jovens. Colômbia, Peru e Argentina exportam talentos de seus países
para o circuito de arte de São
Paulo, que exibe simultaneamente duas exposições com artistas sul-americanos.
Em termos internacionais, o
destaque recai sobre a colombiana Rosario López Parra, 37,
que esteve na última edição da
Bienal de Veneza e apresenta
uma instalação e uma série de
15 fotografias em mostra que fica em cartaz na galeria Nara
Roesler até o próximo dia 5.
"A galeria tem o projeto do
Roesler Hotel, que justamente
busca apresentar nomes novos
do exterior. E a América do Sul
é um dos objetivos, pois tem artistas incríveis", afirma o galerista Daniel Roesler, responsável pelo projeto que já trouxe
nomes como o uruguaio Martin
Sastre, o argentino Dino Bruzzone e o mexicano José León
Cerrillo, entre outros.
A exposição de Parra se baseia na série "Insufflare". Sua
principal peça é uma grande estrutura feita com um tipo de
papel alumínio de 14 metros,
que é suspenso no ar com a ajuda de equipamentos no chão.
"Queria trabalhar com algo
móvel, temporal e flexível, algo
que representasse os nossos
dias "líquidos'", diz ela. "Já as
fotografias têm mais a ver com
o registro poético da paisagem,
algo que, para nós, colombianos, é retirado, em razão da
nossa situação política."
Peru
Na galeria Leme, hoje é o último dia de "Marathon", enérgica exposição que mistura videoinstalação, performance e
desenhos de Gabriel Acevedo
Velarde, 31. Com influências de
David Lynch e da geração YouTube, o peruano radicado em
Berlim tem como peça principal um vídeo de 48 minutos.
Velarde é um dos nomes peruanos descobertos e representados pela galeria, dirigida por
Eduardo Leme. "Foi meio ocasional, mas acabei descobrindo
uma geração jovem muito criativa no país", conta ele. José
Carlos Martinat e Sandra Gamarra, os outros peruanos da
Leme, tiveram obras vendidas
para a Tate Modern. O MoMA
(Museu de Arte Moderna de
Nova York) também adquiriu
pintura de Gamarra.
"São Paulo e Buenos Aires
são centros de arte no continente, com um mercado mais
sólido. É natural acolher esses
artistas", avalia Leme. "Mas
acho que há um grande potencial de novos artistas a ser descoberto em países como Venezuela e Bolívia."
INSUFFLARE
Quando: de seg. a sex., das 10h às
19h, e sáb., das 11h às 15h; até 5/4
Onde: galeria Nara Roesler (av. Europa, 655, tel. 3063-2344)
Quanto: entrada franca
MARATHON
Quando: hoje, das 10h às 17h
Onde: galeria Leme (r. Agostinho Cantu, 88, tel. 3814-8184)
Quanto: entrada franca
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