|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DVDs
Jaspion ganha caixa com 23 aventuras
Caçador de monstros japonês foi febre
nos anos 80 na extinta rede Manchete
Série originou gibis, álbum de figurinhas, discos e até um circo itinerante que viajava por todo o Brasil;
no Japão, foi um fracasso
IVAN FINOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Eis o grande mistério de Jaspion: fracasso absoluto no Japão, onde só teve uma temporada com 46 episódios e foi logo
arquivado, o caçador de monstros espaciais superou as expectativas ao estrear no Brasil.
Aqui, tornou-se a primeira
febre japonesa pop moderna, se
você entender por "moderno"
um sucesso que extrapola os
suportes no qual foi concebido:
ele sai da TV e vira boneco, revista, figurinhas, chiclete, caderno, jogo de tabuleiro, etc.
"Jaspion", em 1985, nada
mais fazia do que captar os ensinamentos de "Guerra nas Estrelas" (1977) e os traduzir para
a cultura oriental dos monstros
gigantes. O fato de ser bem colorido e bastante barulhento
-ao contrário dos antigos Ultramen- certamente ajudou.
Outra boa ajuda foi o fato de a
Rede Manchete escalar o programa para o fim da tarde, logo
depois da escola da criançada.
Mas a razão que fez Jaspion
fracassar lá fora -e virar sinônimo de série japonesa no Brasil- ainda não tem resposta.
Talvez essa caixa com as 23 primeiras aventuras ajude a explicar (o segundo e último volume
está previsto para agosto).
Entre os diversos subgêneros
dos seriados de ação japoneses
(família Ultra, filmes de monstrengos tipo Godzilla, esquadrões com cinco heróis e outros), este se insere no chamado heróis de metal.
A ideia era fazer ficção científica. Jaspion (cujo nome vem
da primeira sílaba de "justice" e
da última de "champion") é um
órfão cósmico, criado por um
sábio e treinado para se tornar
o guerreiro que vai destruir o
mal criado por Satan Goss.
"O Fantástico Jaspion" estreou no Brasil em 1988, junto
com o esquadrão Changeman.
Seus primeiros episódios se
passavam em outros planetas,
até que a Toei Company exigiu
menos gastos. Dessa forma,
Jaspion aterrissa no Japão e
passa a combater os inimigos
dentro de um enorme robô de
metal chamado Daileon.
Conta-se que lá pelo décimo
capítulo a Toei fez outra exigência, ainda mais marcante:
que o herói tirasse o permanente do cabelo. Por sorte, os manda-chuvas decidiram manter a
camisa de leopardo albino.
Hu, he, ha
O dublador de Jaspion é o
ator Carlos Takeshi, 48, hoje famoso após fazer algumas novelas e passar 12 anos no canal Polishop, vendendo computadores e videogames.
Ele ainda estava na faculdade
quando a Álamo estava procurando novas vozes para dublagens. ""Jaspion" foi meu primeiro trabalho que durou mais do
que um ou dois dias", diz o ator.
"Mas, logo no começo, vi que
ia sofrer pra caramba. É muito
grito. É "hu, he, ha" pra todo lado. A garganta sofria", conta
Takeshi, que entende japonês e
logo pegou o jeitão da coisa:
"Não precisava nem assistir antes a movimentação labial. Era
só sair gritando".
O FANTÁSTICO JASPION - 1
Lançamento: Focus Filmes
Quanto: R$ 24,90 (avulso), R$ 99 (5
DVDs) ou R$ 149,90 (lata com 5
DVDs, cards e boneco)
Classificação: Livre
Texto Anterior: DVDs/Crítica/"Os Assassinos": Noir baseado em Hemingway reúne craques Próximo Texto: Brasileiro integra banda japonesa especializada em músicas de seriado Índice
|