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Músicos vão reproduzir discos "clássicos" no Teatro Municipal
Tom Zé, Francis Hime e Arrigo Barnabé, entre outros, estão na programação
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Repetindo uma fórmula que
funcionou tão bem em edições
anteriores da Virada Cultural, a
programação do Teatro Municipal segue esquema parecido
ao do palco dedicado a Raul Seixas. Cada artista toca ao vivo o
conteúdo de um álbum inteiro,
respeitando a ordem das faixas.
O mais antigo da seleção é
"Tom Zé", de 1968 (também conhecido como "Grande Liquidação"). É o primeiríssimo álbum lançado pelo artista baiano e contém os clássicos tropicalistas "São São Paulo", "Namorinho de Portão" e "Parque
Industrial".
O mais novo, de 1995, é "Aos
Vivos", que marcou a estreia fonográfica de Chico César. O álbum traz as primeiras versões
para "Mama África", "À Primeira Vista" e "Mulher Eu Sei" e
rendeu a seu autor projeção nacional instantânea. Como "Aos
Vivos" foi gravado originalmente no formato voz e violão,
vai soar bastante fiel agora, 14
anos depois.
Entre um e outro, cronologicamente, estão os bem menos
conhecidos "Cama de Gato"
(1986) e "Violeta de Outono"
(1987), discos de estreia das
bandas homônimas. Liderado
pelo baixista carioca Arthur
Maia, o Cama de Gato é um dos
grupos instrumentais que mais
se destacaram nos anos 80. Já
os paulistanos do Violeta de
Outono se mantêm na ativa até
hoje carregando a bandeira do
rock progressivo.
Ecletismo
Fafá de Belém comprova o
ecletismo da escalação, refazendo "Água" (1977), álbum
que marca seu auge como cantora. Além do hit "Foi Assim",
traz canções de Caetano Veloso
(a desconhecida "Casinha Pequenina", parceira bissexta
com Roberto Menescal), Milton Nascimento ("Raça" e "Sedução") e Catulo da Paixão
Cearense ("Ontem ao Luar").
A programação peca em dois
pontos. Tanto "Alma" (1986),
de Egberto Gismonti, quanto
"Alma de Borracha" (1986), de
Beto Guedes, estão longe de ser
os álbuns mais representativos
da carreira de seus autores.
Mas essa derrapada é facilmente compensada pelo capricho com que outros dois discos
serão apresentados no palco.
Marco inicial da vanguarda
paulistana arquitetado por Arrigo Barnabé, "Clara Crocodilo" (1980) será relembrado com
o acompanhamento de quase
todos os músicos da banda Sabor de Veneno, a mesma que
gravou o LP original. Estão prometidos inclusive os vocais de
Vania Bastos, Suzana Salles e
Tetê Espíndola.
Já "Francis Hime" (1973), LP
de estreia do compositor carioca, ganha adesão da Orquestra
Experimental de Repertório,
regida pelo maestro Jamil Maluf. Tratamento que clássicos
absolutos como "Atrás da Porta" (Francis Hime/Chico Buarque) e "Sem Mais Adeus"
(Francis/Vinicius de Moraes)
bem merecem.
(MP)
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