São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 2011 |
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CRÍTICA DRAMA "Natimorto" faz ficção sobre negação da existência de agente musical assexuado CRÍTICO DA FOLHA À primeira vista pode-se pensar que "Natimorto" é um título pouco atraente. Depois é que se constata: sua ficção está à altura do título. Ela diz respeito a um agente musical com comportamento paradoxal. Cultiva uma espécie de morte em vida, de negação da existência: é o natimorto do título. Esse homem demonstra ansiedade quanto ao próprio destino: acredita ver nas imagens impressas na parte de trás do maço de cigarros que compra todo dia premonições do que será seu dia. Levando-se em conta seus propósitos na vida, é justo perguntar: que diferença faz sorte ou azar, vida ou morte, miséria ou riqueza? A vida é regida por forças que nos escapam. E diante dela somos, de saída, vencidos. "Natimorto" é caso de expressionismo paulistano. O agente acrescentará algo que não distinguimos se é o desejo de partilhar a morte em vida ou a necessidade de ter alguém para dialogar durante o filme: engajará a cantora (de quem é agente) a se fechar por anos num hotel. Se nos primeiros minutos podemos ter a ilusão de um encontro vital, talvez amoroso, o agente destruirá a esperança. Ele se declara assexuado. E aceita que ela tenha casos com outros. A cantora parece se deixar seduzir pela lábia. Mas, depois que ele lhe propõe a relação assexuada (como ele), estéril (como ele) e vazia (como ele), sabemos que o casal não vai a parte alguma. O filme também não. (IA) NATIMORTO DIREÇÃO Paulo Machline PRODUÇÃO Brasil, 2009 COM Simone Spoladore e Lourenço Mutarelli ONDE nos cines Espaço Unibanco Augusta, Pompeia e Reserva Cultural CLASSIFICAÇÃO 16 anos AVALIAÇÃO ruim Texto Anterior: Crítica/Comédia: Em busca de um trabalho, jovens encontram a espiritualidade Próximo Texto: Crítica/Drama: Longa careta oferece só diversão inofensiva Índice | Comunicar Erros |
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