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ECHO & THE BUNNYMEN
O tempo é duro, mas a dignidade ainda caminha com a banda
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Até que a (polêmica) voz do
velho Ian McCulloch segurou a onda. Aliás, para a fria noite
de anteontem, em São Paulo, o
show do Echo & the Bunnymen
caiu como um edredom.
A banda britânica conseguiu façanha de fazer inveja a muita gente nova por aí: em sua terceira
passagem por estas terras, levar
um bom público ao monstruoso
Credicard Hall numa segunda-feira -e com outra apresentação
hoje. (Tinha tanta gente quanto
no Blur, em 1999, quando o grupo
britpop veio pela PRIMEIRA vez
ao país e tocou no mesmo local.)
Assim, é bem justificável mais
um show do Echo no Brasil. Para
saciar os fãs e o ego de McCulloch
e cia.. Porque juntar esse tanto de
gente a banda só consegue em Liverpool, cidade portuária inglesa
em que apareceu, há 24 anos.
E, para ganhar o jogo logo de cara, em meio à fumaça e ao palco
escuro, a banda mandou a grudenta (no bom sentido) "Lips Like Sugar", seu sucesso mais conhecido por aqui. Em meia hora,
já haviam lançado mão também
de "Seven Seas" e "Bring on the
Dancing Horses".
A voz de McCulloch, talvez castigada pelo inseparável cigarro e
pelo álcool, já não é a mesma de 15
anos atrás, e a situação se complicou um pouco mais com a gripe
que atacou o vocalista anteontem.
Nada muito grave, mas suficiente
para abortar coisas como "The
Game" e o cover "People Are
Strange" (The Doors).
As duas horas de show não foram recheadas apenas com os hits
antigos, e aí é que a coisa pega. O
Echo não lança um disco à altura
de seu nome há tempos, e ao lado
de "The Cutter", "Rescue" e "The
Back of Love", essas mais recentes
canções -exceção à linda "Nothing Lasts Forever"- esfriam a
temperatura da apresentação.
(Alguém precisa avisar McCulloch que, se ele quer tocar coisas
novas, que toque "It's Alright",
bela música presente em rádios e
MTV e que é o que distingue o
Echo de dinossauros como os Rolling Stones, que perderam a dignidade em alguma caverna no período paleolítico.)
Como um obrigado ao público
brasileiro, a banda volta ao palco
mais duas vezes, numa delas com
"Roadhouse Blues", do Doors. No
mais, hoje você tem outra chance
de ver/ouvir "The Killing Moon"
ao vivo.
Echo & the Bunnymen
Quando: hoje, às 21h30
Onde: Credicard Hall (av. das Nações
Unidas, 17.955, Santo Amaro, SP, tel. 0/
xx/11/5643-2500)
Quanto: de R$ 20 a R$ 80
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