São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 2006

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Crítica

"O Tiro Certo" alveja inocência do faroeste

DO CRÍTICO DA FOLHA

Da primeira vez que assisti a "O Tiro Certo" (Telecine Cult, 22h), dirigido por Monte Hellman, no final da projeção a cópia travou no projetor e a imagem se desmanchou aos olhos dos espectadores.
Durante anos, pensei que o filme era assim mesmo. Só quando saiu em vídeo descobri que o final não era esse. Descobri decepcionado, convém acrescentar.
Ainda hoje, me parece que aquele final sem final, inconcluso (o momento era excelente para terminar: no meio de um tiroteio), seria o melhor para esse estranho filme.
"O Tiro Certo" (1967) é uma data na história do faroeste, não há dúvida. Talvez a data terminal, a que assinala para sempre a perda da inocência que fez a glória desse gênero.
Hellman põe em cena uma mulher (Millie Perkins) e dois homens (Jack Nicholson e Warren Oates) que vivem trocando ameaças e alimentando ambigüidades sobre quem sejam e aonde vai dar a coisa.
Onde será? Este é um faroeste interrogativo.
(INÁCIO ARAÚJO)


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