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"Amo a vida", diz Liza Minnelli
Encarnação do "showbiz", atriz, cantora e dançarina, que tem vida atribulada, faz shows no Rio e em SP
Artista, que diz ser fã de
música brasileira, promete
incluir clássicos kitsch, como
"New York, New York" e
"Cabaret", no repertório
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não se fazem mais artistas
como Liza Minnelli. Aos 61
anos, ícone da Broadway, estrela de cinema e cantora respeitada, ela representa um universo
artístico em extinção, que já foi
a essência do mundo do entretenimento. É uma remanescente da época em que os artistas representavam -no palco, no cinema e em discos- os sonhos do público e sabiam atuar,
cantar e dançar com talento e
desenvoltura.
Prestes a se apresentar no
Brasil -dia 18/6, em São Paulo,
dia 21, no Rio-, a artista fez
uma pausa entre ensaios para
conversar com a Folha. Cumprindo as expectativas, já atendeu ao telefone elétrica, dando
a impressão de estar pronta para falar da vida e da arte, como
se já não tivesse dado mais entrevistas do que seria possível
contabilizar.
"Não vejo a hora de chegar
aí", já avisa ela, antes de qualquer pergunta. "A música brasileira é a minha música favorita, e tenho grandes amigos aí.
Eu tenho mais discos de música brasileira do que americana
em casa, ouço o tempo todo.
Adoro todas as cantoras, adoro
João Gilberto, era muito amiga
do Tom Jobim. Edu Lobo é um
dos meus melhores amigos, até
já mandei um telegrama pra ele
avisando que estou chegando.
O ritmo brasileiro é diferente
do mundo todo. Você desce do
avião e até os prédios têm ritmo," diz ela.
Há 15 anos sem se apresentar
por aqui, a cantora nesse meio
tempo passou por várias revoluções pessoais. No começo
desta década, teve um caso sério de encefalite e se recuperou
por pouco. Foi internada várias
vezes em centros de reabilitação para tentar se livrar da bebida e, em 2002, fez uma série
de espetáculos com o nome de
"Liza's Back", para marcar seu
retorno. Os espetáculos foram
dirigidos por seu então recente
marido, David Gest, com quem
planejou até dividir um "reality
show".
Mas não durou muito: em
2003, Gest pediu divórcio, acusando a cantora de tê-lo espancado. No ano seguinte, foi acusada de abusar sexualmente de
seu motorista. E, em 2006, foi
manchete de jornais no mundo
inteiro por vender uma mansão herdada de seu pai com sua
madrasta de quase 100 anos
ainda lá dentro. Afinal, ela é
realmente uma pessoa tão intensa quanto dizem os jornais?
"Eu apenas amo a vida", ela
responde, entre altos risos.
"Acho que sou uma pessoa alegre. Trabalho duro e depois
aproveito. A vida é uma questão de equilíbrio: risos, música,
consideração e gentileza.
Quando eu subo no palco, sinto
que sei o que o público sente,
porque eu passei pelas mesmas
coisas."
O palco, aliás, é o lugar onde
Liza se sente mais em casa.
Apesar de sua também prolífica carreira no cinema, é nos
shows que ela mais se entrega.
"Eu fui criada para estar no
palco, comecei com 15 anos",
conta. "Eu sempre tento pensar o que me empolgaria se eu
estivesse sentada na audiência,
e o que me empolga é quando
os artistas fazem coisas diferentes, arriscam-se."
Riscos à parte, certas coisas
são garantidas em qualquer
apresentação da cantora. "O
show vai ter muita dança e vou
cantar muito, tudo aquilo que
as pessoas sempre adoram",
diz, entre risos. Entre seus hits,
ela garante cantar os indispensáveis, como "New York, New
York", "Cabaret" e "World
Goes Round".
E garante muita animação:
não só do público, mas dela
mesma. "Eu sou a pessoa mais
empolgada nos meus shows,
com certeza", ri. "Quando subo
no palco, pertenço às pessoas
para quem estou me apresentando."
LIZA MINNELLI
Quando:
18/6, às 22h
Onde:
Tom Brasil -°Nações Unidas (r.
Bragança Paulista, 1.281, tel.
0/xx/11/ 2163-2000)
Quanto:
de R$ 250 a R$ 600
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