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Crítica
"Shakespeare Apaixonado" é apenas gracioso
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não se pode dizer que o destino foi ingrato com John Madden. Após uma carreira apagada, foi indicado para o Oscar de
melhor direção de 1998 por
"Shakespeare Apaixonado"
(MGM, 22h, não indicado para
menores de 12 anos), que por
sinal ganhou o prêmio como
melhor filme do ano. Depois
disso, seguiu-se uma carreira
igualmente apagada.
O episódio é útil para lembrar o quanto são relativas as
premiações e a glória humana.
E, sobretudo, o quanto é falível
o critério de autoridade: "Ah,
tem que ser bom, ganhou o Oscar" etc. Não é bem assim.
"Shakespeare" é um filme
gracioso, nada mais, em que o
escritor, em completa crise de
ideias, vive uma paixão que o
motiva a escrever o clássico
"Romeu e Julieta". É difícil
imaginar Shakespeare em crise, a julgar por sua produção.
Mas é daí que vem o encanto da
trama: do que tem de implausível e, até, supérfluo. Vale como
passatempo, mas, francamente, dá para esquecer após dobrar a primeira esquina.
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