São Paulo, sexta-feira, 29 de maio de 2009

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Dança com nerds

Longe do estereótipo do popstar, banda Passion Pit usa sintetizadores para criar música melódica e ganha elogios

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Segunda-feira, 25 de maio. Dia do Orgulho Nerd. Não há semana melhor do que esta para falar em Passion Pit.
Três deles usam óculos; um deles tem uma bela barriga; os cinco vestem-se como escriturários. O estereótipo do rock- star passa longe dos integrantes dessa banda de Boston que coleciona elogios (do "Guardian" à "Rolling Stone") com o disco de estreia, "Manners", lançado (apenas) no exterior.
"Na verdade é bom não parecermos como popstars", diz Nate Donmoyer, programador e baterista do grupo, por telefone, à Folha. "Assim, acho que o público gosta da gente porque a música é legal, e não porque somos sexies -definitivamente não somo sexies... Se estamos no rádio, é porque nossa música é boa. Não somos como Britney Spears, que está na TV e no rádio porque é gostosa."
Os cinco integrantes do Passion Pit definitivamente não são sexies -mas a música que produzem, sim. Sob uma cortina de sintetizadores, eles desenham melodias que nos convidam à pista de dança. Exemplos são as faixas "The Reeling" (o primeiro single), "Make Light" e "Little Secrets". Dá para ouvir faixas da banda no www.myspace.com/passionpitjams e pelo agregador de blogs http://hypem.com/.
A influência do synth-pop dos anos 80 (New Order, Human League) é clara. "Os anos 80 são uma referência para nós, principalmente porque usamos muitos sintetizadores melódicos. Nascemos e crescemos nos anos 80, há muita lembrança afetiva", diz.

Agridoce
Formado há menos de dois anos, o Passion Pit é cria do grego-americano Michael Angelakos. Ele estava em uma banda com Nate e, nas horas vagas, compôs as seis músicas do EP "Chunk of Change" (lançado em setembro de 2008).
As canções tinham como temática um relacionamento de Angelakos que não havia dado certo. Para levar as faixas para o palco, ele chamou alguns amigos de Boston. O Passion Pit virava uma banda "de verdade". (Além de Donmoyer e Angelakos, o grupo é formado por Ian Hultquist, sintetizador; Ayad Al Adhamy, sintetizador; Jeff Apruzzese, baixo.)
O clima agridoce das letras de "Chunk of Change" é semelhante ao das canções do disco "Manners": "Há sons melódicos, alegres, mas algumas letras tendem a ser um pouco dark, trazem lembranças não tão boas. É algo entre o triste e o alegre", conta Donmoyer.
O músico diz que o repentino sucesso da banda foi uma surpresa -um dos parâmetros para avaliar a popularidade de um artista é a sua presença nos festivais de verão do hemisfério Norte. O Passion Pit tocará em eventos como Latitude, Glastonbury, Reading/Leeds, T in the Park, Bestival (Reino Unido), Melt (Alemanha), Bonnaroo, Lollapalooza, Austin City Limits (EUA), entre outros.
"Esse assédio é algo que nos causa certo pânico", confessa Donmoyer. "Mas não dá para negar: é legal que esteja acontecendo."


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