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Dança com nerds
Longe do estereótipo do popstar, banda Passion Pit usa sintetizadores para criar música melódica e ganha elogios
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Segunda-feira, 25 de maio.
Dia do Orgulho Nerd. Não há
semana melhor do que esta para falar em Passion Pit.
Três deles usam óculos; um
deles tem uma bela barriga; os
cinco vestem-se como escriturários. O estereótipo do rock-
star passa longe dos integrantes dessa banda de Boston que
coleciona elogios (do "Guardian" à "Rolling Stone") com o
disco de estreia, "Manners",
lançado (apenas) no exterior.
"Na verdade é bom não parecermos como popstars", diz
Nate Donmoyer, programador
e baterista do grupo, por telefone, à Folha. "Assim, acho que o
público gosta da gente porque a
música é legal, e não porque somos sexies -definitivamente
não somo sexies... Se estamos
no rádio, é porque nossa música é boa. Não somos como Britney Spears, que está na TV e no
rádio porque é gostosa."
Os cinco integrantes do Passion Pit definitivamente não
são sexies -mas a música que
produzem, sim. Sob uma cortina de sintetizadores, eles desenham melodias que nos convidam à pista de dança. Exemplos são as faixas "The Reeling"
(o primeiro single), "Make
Light" e "Little Secrets". Dá para ouvir faixas da banda no
www.myspace.com/passionpitjams e pelo agregador de
blogs http://hypem.com/.
A influência do synth-pop
dos anos 80 (New Order, Human League) é clara. "Os anos
80 são uma referência para
nós, principalmente porque
usamos muitos sintetizadores
melódicos. Nascemos e crescemos nos anos 80, há muita lembrança afetiva", diz.
Agridoce
Formado há menos de dois
anos, o Passion Pit é cria do grego-americano Michael Angelakos. Ele estava em uma banda
com Nate e, nas horas vagas,
compôs as seis músicas do EP
"Chunk of Change" (lançado
em setembro de 2008).
As canções tinham como temática um relacionamento de
Angelakos que não havia dado
certo. Para levar as faixas para o
palco, ele chamou alguns amigos de Boston. O Passion Pit virava uma banda "de verdade".
(Além de Donmoyer e Angelakos, o grupo é formado por
Ian Hultquist, sintetizador;
Ayad Al Adhamy, sintetizador;
Jeff Apruzzese, baixo.)
O clima agridoce das letras de
"Chunk of Change" é semelhante ao das canções do disco
"Manners": "Há sons melódicos, alegres, mas algumas letras
tendem a ser um pouco dark,
trazem lembranças não tão
boas. É algo entre o triste e o
alegre", conta Donmoyer.
O músico diz que o repentino
sucesso da banda foi uma surpresa -um dos parâmetros para avaliar a popularidade de um
artista é a sua presença nos festivais de verão do hemisfério
Norte. O Passion Pit tocará em
eventos como Latitude, Glastonbury, Reading/Leeds, T in
the Park, Bestival (Reino Unido), Melt (Alemanha), Bonnaroo, Lollapalooza, Austin City
Limits (EUA), entre outros.
"Esse assédio é algo que nos
causa certo pânico", confessa
Donmoyer. "Mas não dá para
negar: é legal que esteja acontecendo."
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