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'Lobisomem' uiva em Paris, mas não morde
LÚCIO RIBEIRO
Editor-adjunto da Ilustrada
Exemplar de um certo revigoramento do cinema de horror, entra
em cartaz hoje o filme "Um Lobisomem Americano em Paris",
produção americana do final do
ano passado que carrega em sua
estirpe um certo grau de parentesco com o clássico cult "Um Lobisomem Americano em Londres",
(John Landis, 1981).
Em um primeiro momento, o da
inevitável comparação, é bom deixar claro que o filme que estréia é
um reles primo de segundo grau
do filme de Landis.
No começo dos anos 80, foi impressionante ver na tela uma
transformação a "olho nu" do
homem em lobo, o que rendeu um
Oscar de efeitos especiais ao "Lobisomem" que apavorou Londres. Hoje, qualquer videoclipe de
banda "Z" faz igual ou melhor.
Se o comparativo entre a direção
de um e de outro for covardemente estabelecido, este filme de Anthony Waller não merece nem o
esforço do lobisomem em atravessar o canal da Mancha.
Agora, destacado de seu antecessor famoso, "Um Lobisomem
Americano em Paris" até que não
é tão estúpido e tem lá sua graça
anárquica ocasional. Principalmente o início, que remete à fantasia.
É primavera em Paris. E, durante
as coloridas férias de um americano na Cidade Luz, ele (Tom Everett Scott, "The Wonders - O Sonho Não Acabou") encontra uma
garota (Julie Delpy). Ok, ela é um
lobisomem, mas ele ainda não sabe.
Seraphine, exemplo da beleza
triste francesa, e o americano
Andy se conhecem numa atmosfera cinematográfica clichê, a da garota ameaçada por algo que tenta
o suicídio como escape, mas um
cara qualquer aparece do nada e
banca o herói. Aconteceu em "Titanic", para citar caso recente.
Seraphine se joga do alto da torre
Eiffel e Andy, praticante de bungee-jump, a salva. Ela repudia o
ato heróico do forasteiro e se vai,
fula.
É aí que o banho de sangue começa. Ele acha que encontrou a
mulher de sua vida e vai atrás, sem
saber que na verdade ela é a filha
do lobisomem do filme de 17 anos
atrás, que está viva na capital francesa tentando descobrir um meio
para se livrar da maldição.
Mas, apenas para deleite daqueles que não querem se livrar da
maldição de ver um filme de horror trash, "Um Lobisomem Americano em Paris" tem alguma serventia.
Este "Lobisomem" uiva um
pouco, mas não morde.
Filme: Um Lobisomem Americano em
Paris
Direção: Anthony Waller
Produção: EUA, 1997
Com: Tom Everett Scott e Julie Delpy
Quando: a partir de hoje, nos cines Lar
Center 3, West Plaza 2, Top Cine 1, Paulista
3 e circuito
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