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ARTES PLÁSTICAS
Tela estará no MAM-SP com mais de cem outras obras da coleção do argentino Eduardo Costantini
"Abaporu", de Tarsila, está voltando
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
O público paulistano vai poder
ver novamente, a partir da próxima quinta-feira, a tela "Abaporu", uma das mais importantes
obras da antropofágica artista brasileira Tarsila do Amaral.
Também verá "Mulheres com
Frutas", de Di Cavalcanti. Se não
ficar satisfeito, poderá ainda se deliciar com outras 110 obras de arte
latino-americana da coleção do
banqueiro argentino Eduardo
Costantini, que o MAM-SP inaugura na próxima semana e que
prossegue até 5 de julho.
"A mostra poderá contar ainda
com aquisições recentes de Costantini, mas não temos idéia de
quantas e quais obras virão", disse Tadeu Chiarelli, curador-chefe
do museu.
A mostra é um dos pontos altos
da programação de 50 anos do
museu, que mostrou antes o alemão Anselm Kiefer e dá continuidade à sua forte programação dirigida à arte latino-americana.
Em 1996, o museu apresentou
coletivas dos uruguaios Rafael
Barradas e Joaquim Torres-Garcia. Para o ano que vem, está programada a mostra da coleção mexicana Gelman (que conta com
obras de Frida Kahlo, Diego Rivera, David Siqueiros e José Clemente Orozco), e, para o ano 2000, está
programada a vinda da coleção da
venezuelana Patrícia Cisneiros,
uma das mais importantes coleções particulares de arte contemporânea da América do Sul.
A mostra de Costantini no MAM
contará ainda com uma de suas
principais obras: "Auto-Retrato
com Macaco e Louro", da artista
mexicana Frida Kahlo.
O banqueiro argentino adquiriu
a tela na Sotheby's de Nova York,
em maio de 1995, por US$ 3,2 milhões. No mesmo ano, estabeleceu
o recorde por uma obra de artista
brasileiro ao pagar US$ 1,43 milhão por "Abaporu", de Tarsila
do Amaral. Por "Mulheres com
Frutas", de Di Cavalcanti, pagou
menos, US$ 590 mil, mas mesmo
assim estabeleceu o recorde mundial para obra do artista brasileiro.
A mostra conta ainda com obras
dos argentinos Xul Solar e Antonio Berni, do uruguaio Joaquim
Torres-García e do brasileiro Candido Portinari.
O banqueiro, que vem ao Brasil
na próxima semana para a inauguração da mostra, tem interesse
em comprar cerca de 30 outras
obras de artistas brasileiros, para o
museu que pretende montar na
Argentina. Entre seus interesses
estão obras de Victor Brecheret e
Vicente do Rego Monteiro. Desse
último, gostaria de "Adoração
dos Reis Magos" (1925), que é da
coleção do carioca Gilberto Chateaubriand, o mais importante colecionador de arte moderna e contemporânea brasileira.
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