São Paulo, sexta, 29 de maio de 1998

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ARTES PLÁSTICAS
Tela estará no MAM-SP com mais de cem outras obras da coleção do argentino Eduardo Costantini
"Abaporu", de Tarsila, está voltando

CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local

O público paulistano vai poder ver novamente, a partir da próxima quinta-feira, a tela "Abaporu", uma das mais importantes obras da antropofágica artista brasileira Tarsila do Amaral.
Também verá "Mulheres com Frutas", de Di Cavalcanti. Se não ficar satisfeito, poderá ainda se deliciar com outras 110 obras de arte latino-americana da coleção do banqueiro argentino Eduardo Costantini, que o MAM-SP inaugura na próxima semana e que prossegue até 5 de julho.
"A mostra poderá contar ainda com aquisições recentes de Costantini, mas não temos idéia de quantas e quais obras virão", disse Tadeu Chiarelli, curador-chefe do museu.
A mostra é um dos pontos altos da programação de 50 anos do museu, que mostrou antes o alemão Anselm Kiefer e dá continuidade à sua forte programação dirigida à arte latino-americana.
Em 1996, o museu apresentou coletivas dos uruguaios Rafael Barradas e Joaquim Torres-Garcia. Para o ano que vem, está programada a mostra da coleção mexicana Gelman (que conta com obras de Frida Kahlo, Diego Rivera, David Siqueiros e José Clemente Orozco), e, para o ano 2000, está programada a vinda da coleção da venezuelana Patrícia Cisneiros, uma das mais importantes coleções particulares de arte contemporânea da América do Sul.
A mostra de Costantini no MAM contará ainda com uma de suas principais obras: "Auto-Retrato com Macaco e Louro", da artista mexicana Frida Kahlo.
O banqueiro argentino adquiriu a tela na Sotheby's de Nova York, em maio de 1995, por US$ 3,2 milhões. No mesmo ano, estabeleceu o recorde por uma obra de artista brasileiro ao pagar US$ 1,43 milhão por "Abaporu", de Tarsila do Amaral. Por "Mulheres com Frutas", de Di Cavalcanti, pagou menos, US$ 590 mil, mas mesmo assim estabeleceu o recorde mundial para obra do artista brasileiro.
A mostra conta ainda com obras dos argentinos Xul Solar e Antonio Berni, do uruguaio Joaquim Torres-García e do brasileiro Candido Portinari.
O banqueiro, que vem ao Brasil na próxima semana para a inauguração da mostra, tem interesse em comprar cerca de 30 outras obras de artistas brasileiros, para o museu que pretende montar na Argentina. Entre seus interesses estão obras de Victor Brecheret e Vicente do Rego Monteiro. Desse último, gostaria de "Adoração dos Reis Magos" (1925), que é da coleção do carioca Gilberto Chateaubriand, o mais importante colecionador de arte moderna e contemporânea brasileira.



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