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MODA
Segundo dia do evento também contou com desfiles das grifes M.Officer, G e Ellus, no parque Ibirapuera, em SP
Equilíbrio leva suavidade à Fashion Week
ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA
O segundo dia da São Paulo Fashion Week começou com a sempre suave Equilíbrio, de Marcia
Gimenez, seguida de um pouco
suave desfile da M.Officer.
A grife faz uma colagem de referências de várias décadas, de modo sutil, usando muito do aspecto
artesanal, como aplicações de fitas dos próprios tecidos e frufrus,
em alças e punhos de blazer, bem
como no colo das camisas tipo
smoking. O desfile foi editado em
cores, começando com os crus,
menta, amarelo girassol, laranja,
pistache, turquesa e preto.
As poucas calças eram dos terninhos, com proporção nova no
blazer, mais curto e de manga 7/8.
No casting, Lu Curtis, Caroline
Ribeiro, Marcelle Bittar e Talytha.
Numa sala decorada com palha
e objetos como panelas e facas, a
M.Officer apresentou seu desfile
de verão, que tinha como trilha
sonora o show da cantora Marlui
Miranda e seu grupo. Uma senhora índia de 91 anos serviu de cenografia, sentada em frente aos fotógrafos o desfile inteiro.
Talvez inspirada pela modelo
que aparece nas campanhas da
marca, a cearense Suyane, o estilista e empresário Carlos Miele
decidiu discutir a questão indígena e a preservação de sua cultura.
Acabou por conseguir o efeito
inverso, e, num certo sentido, o
universo indígena pareceu ali tão
explorado quanto sempre foi no
Brasil. A sensação foi a de visitar
uma dessas lojinhas de turista em
hotel de luxo. "Vejo uma relação
forte entre a cultura indígena e a
moda. Os índios usam suas pinturas e vestimentas para mostrar
status nas festas, a que clãs pertencem e onde nasceram", disse
Marlui depois do desfile.
Para as palmas, Miele entrou
com as mãos pintadas de urucum
e com adereços indígenas de luta
(ano passado entrou vestido de
pai-de-santo, quando o "tema" da
coleção era o candomblé).
Nas roupas, destacaram-se couros com Lycra cortados a laser,
corselets de couro e de renda bordada e aplicada e jeans reciclado.
A marca G, de Gloria Coelho,
apresentou adolescentes intergalácticas com vestidos pretos drapeados e fragmentados. Um body
de estampa cyber fez lembrar andróides, com alfinetes e fechos sobre mochilas utilitárias, dando
um ar punk.
A Ellus encerrou o segundo dia
com uma coleção leve, jovem e
colorida, em que o jeans e a customização de peças básicas provocavam os melhores resultados.
Colaboraram Jackson Araujo e Ronald Villardo, free-lance para a Folha
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