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ILUSTRADA
Juíza acata denúncia e Gugu vira réu por causa de falsa entrevista
DA REDAÇÃO
A juíza Izabel Irlanda Castro
Correia Araújo, da 2ª Vara Criminal de Osasco, acatou na última
sexta-feira denúncia do Ministério Público contra o apresentador
Augusto Liberato, o Gugu, do
SBT, por supostos crimes decorrentes da exibição de falsa entrevista com "membros" da facção
criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Na entrevista, veiculada no
"Domingo Legal" de 7 de setembro de 2003, foram feitas ameaças
ao vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo, e aos apresentadores
de TV Marcelo Rezende e José
Luiz Datena.
Com o recebimento da denúncia, Gugu passa agora a ser réu em
processo criminal. Também foram denunciados Wagner Maffezoli (repórter do SBT que entrevistou dois encapuzados que se
diziam membros do PCC e faziam
as ameaças), Rogério Casagrande
(produtor do SBT que "armou" a
entrevista), Amilton Tadeu dos
Santos, o Barney (que intermediou a entrevista, recrutando os
encapuzados), Antonio Rodrigues da Silva (o encapuzado Beta)
e Vagner Faustino da Silva (o encapuzado Alfa).
A juíza marcou para 18 de agosto a audiência de qualificação dos
réus e o julgamento. Todos os envolvidos foram denunciados por
dois crimes previstos na Lei de
Imprensa (publicação de notícia
falsa que implica desordem pública ou alarma social e publicação,
mediante recompensa, que importe em crime) e um do Código
Penal (ameaça). As penas variam
de seis meses a quatro anos.
A promotora Ana Gabriela Visconti ofereceu a denúncia no início de novembro. Mas como ela
envolve crimes estabelecidos na
Lei de Imprensa, todos os envolvidos tiveram direito a defesa prévia antes de a denúncia ser acatada pelo Judiciário.
A juíza Araújo, no entanto, não
aceitou os argumentos dos advogados. Ela reconheceu indícios de
existência de todos os crimes imputados pelo Ministério Público e
recusou pedido de suspensão
condicional do processo (nesse
caso, ninguém seria réu).
Adriano Salles Vanni, advogado
do apresentador do SBT, disse
que irá recorrer da decisão da juíza assim que tomar conhecimento oficial dela. "Não vejo nem em
tese o crime de ameaça", afirmou.
Em setembro passado, Gugu disse que não sabia que a entrevista
era falsa.
A assessoria de imprensa do
SBT (cujos advogados defendem
Maffezoli e Casagrande) não se
pronunciou por não ter conhecimento da decisão. Mesmo argumento apresentou a advogada de
Beta. O advogado de Barney e de
Alfa não foi localizado.
O processo criminal é a terceira
ação decorrente da falsa entrevista. As outras duas são ações cíveis
(não criminais), que pedem indenização.
(DANIEL CASTRO)
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