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MÚSICA
Em shows no Sesc Pompéia, violonista apresenta composições de seu novo álbum, lançado pela gravadora Biscoito Fino
Chico Pinheiro mostra seu brilho em segundo disco
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No universo da música instrumental brasileira, existem várias
órbitas com suas leis e lógicas
próprias. Ocupando seu lugar
neste espaço, o violonista, guitarrista e compositor Chico Pinheiro
mostra seu brilho próprio hoje e
amanhã no Sesc Pompéia, em
dois shows de lançamento de seu
disco mais recente, homônimo.
No show, ele toca violão e guitarra (e canta) acompanhado do
pianista Fábio Torres e do baixista
Marcelo Mariano, músicos com
quem já divide palcos e estúdios
há tempos. O baterista será Celso
de Almeida e haverá ainda participação de duas cantoras: Luciana
Alves e Tatiana Parra. A participação de cantoras no seu show, aliás,
já é uma tradição. Até hoje ele é
lembrado como o músico que
lançou Maria Rita como cantora,
em 2002, quando ela fazia humilde participação em seu show.
Depois de lançar sua ultra-independente estréia, "Meia-Noite,
Meio-Dia", em 2003, o músico
volta agora sob o apoio da Biscoito Fino. O destaque deve ser
maior, a evolução foi notória.
Interessado em criar e desenvolver um estilo de tocar e compor que seja brasileiro, novo e interessante, Pinheiro conta que
suas influências são muitas. Daí
exatamente surge sua personalidade. "Sempre ouvi e gostei muito de música clássica, jazz, música
brasileira, pop e rock dos anos 70,
muita coisa. No Brasil, nossa informação musical é muito grande. E o bom é isso, assimilar tudo.
Se você se fecha, a música não
evolui. É essa coisa Oswaldiana,
"Mariodeandradeana", do modernismo, a gente pega as coisas e
transforma em algo diferente."
Sobre as diferenças entre o primeiro e o segundo disco, ele comenta: "Os dois são muito diferentes, mas por mais que a gente
mude, a semente é a mesma. É
uma linha evolutiva dentro de
uma lógica. Acho que quem compõe acaba desenvolvendo uma
personalidade, então são as minhas músicas. Quando eu componho eu não penso, eu faço. É um
mistério como acontece. No disco
novo há uma evolução, ele é mais
conciso, mais maduro. Este segundo trabalho está mais jazzístico que o primeiro, com mais solos, com uma maneira mais solta
de tocar. Digo isso porque o jazz
não é um estilo, é uma maneira de
pensar a música. O choro também tem muito disso".
É uma concepção aberta, rica,
cheia de influências e com pegada
popular. Será que todas essas referências fazem com que o som se
torne mais facilmente entendido
pelo público em geral? "Isso eu
não sei dizer. Já ouvi de tudo sobre minha música: que é sofisticada, que é fácil de ouvir. Acho que
o importante é que a pessoa sinta.
Eu adoro a opinião de pessoas leigas. A pessoa não ouve analisando, ela se emociona, mesmo se
não entender o que acontece musicalmente. A função da música é
essa, fazer você sentir. Assim você
se acha. É por isso que sou músico, para que as pessoas sintam."
Chico Pinheiro
Quando: hoje e amanhã, às 21h
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, SP, tel.
0/xx/11/3871-7700)
Quanto: R$ 4 a R$ 12
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