No céu de junho, a Lua ainda é cheia em Capricórnio, e Mercúrio está em oposição a Netuno. Enquanto isso, aqui na Terra, a humanidade se vê enredada em milhares de documentos, quase todos eles criados e sustentados pela falta de confiança que assola a sociedade.
Já houve outros tempos em que a palavra dos humanos valia alguma coisa, e, para fechar um acordo, era apenas necessário um aperto de mãos. Com certeza, as falcatruas e picaretagens não são invenções da modernidade. Mas, também com certeza, os humanos de boa vontade e honestos se vêem obrigados a ser tratados como marginais por causa de todos os semelhantes desonestos que obrigam as instituições a se defender das falcatruas.
O grande pecado da desonestidade não radica na prática em si, mas em semear a desconfiança que atingirá também as pessoas de boa vontade. Em sistemas complexos, como a sociedade humana, o padrão de tratamento sempre irá ser medido pelo nível mais baixo.
O mais baixo desses é o da desonestidade, pois traz como consequência o olhar da humanidade sobre a própria sociedade, com apenas corrupção e má vontade. Enquanto isso, milhares de humanos puros se perdem numa estatística perversa.

E-mail: astro@o-quiroga.com