São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

"O Homem Elefante" mistura realidades distintas

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Alguém certa vez disse que "O Homem Elefante" (TCM, 22h; classificação indicativa não informada) era "um filme de terror". A afirmação é equivocada porque vinha da aparência do protagonista, John Merrick, homem cujas deformações congênitas faziam dele uma atração de circo.
Mas não era de todo errada: David Lynch emulava a estética de um cinema ancestral, o dos filmes de terror B.
E a chave do filme (e da obra deste genial diretor) estava justamente nas assimilações: de um cinema "de arte" e de outro mais selvagem, do onírico e do pesadelo, do realismo e da alucinação, da forma e da desfigura. Isso chega ao extremo agora, com "Império dos Sonhos", que não mais diferencia modos de estar no mundo, percepções e realidades distintas.
"O Homem Elefante" é o início disso. Não à toa, esse filme de 1980 é ambientado na Londres do final do século 19. É quando, em meio a altas chaminés da revolução industrial, o mundo se alucina entre a nova ciência e o misticismo arcaico.


Texto Anterior: Televisão/Esporte: "X Games Brasil" é para anunciante ver
Próximo Texto: Resumo das novelas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.