São Paulo, quarta-feira, 29 de agosto de 2007

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Crítica

Joseph Losey faz a defesa da diferença

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"O Menino dos Cabelos Verdes" (TCM, 16h30) podia ser visto em outros tempos (não necessariamente apenas quando foi feito, em 1948) como uma defesa da diferença, pois tudo gira em torno de um garoto cujos cabelos, de repente, aparecem verdes.
É possível que hoje o filme não tivesse o menor impacto. Primeiro, porque colorir cabelos, de verde inclusive, virou rotina no nosso universo fashion. Segundo, porque criou-se a idéia do politicamente correto, que quase força as pessoas, pela intimidação intelectual, a aceitar o outro.
Aceitar, é verdade, mas não necessariamente compreender. E talvez por isso, por julgar a compreensão necessária, Joseph Losey, o seu autor, tenha precisado, tempos depois, viver na Inglaterra, para fugir de perseguições políticas em seu país.
Ali, desenvolveu longa, bela, frutífera carreira. Morreu em Londres, em 84, aos 75 anos. No MacMahon, tradicional sala de Paris, havia uma foto sua, na "quadra de ases" dos cinéfilos que freqüentavam o cinema.


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