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Vital casou e vendeu sua moto
da Reportagem Local
Pouca gente conhece o engenheiro mecânico Vital José de Assis
Dias, 37. Pois ele é o Vital, o protagonista do primeiro sucesso dos
Paralamas do Sucesso, "Vital e
Sua Moto", de "Cinema Mudo".
Aquele que "andava a pé e achava
que assim estava mal".
Da época em que Vital se sentia
"total" até hoje muita coisa mudou em sua vida. Casado há 12
anos, com um filha de 7, mora em
Teresópolis (RJ) e trabalha com
computação em um hospital do
Exército em Triagem, no Rio. E
não tem mais moto desde 87,
quando vendeu sua Yamaha DT.
Vital não se sente o Pete Best (o
baterista que deixou os Beatles
pouco antes do sucesso). Vital participou do embrião do grupo,
quando eram todos amadores e,
depois de uma série de nomes esdrúxulos, escolheram algo com
Paralamas por causa da fender
(marca de guitarra que, em inglês,
significa pára-lama).
"As pessoas pensam que deixei
escapar a oportunidade. Não foi
assim. Ninguém tinha uma pretensão profissional. Com 18 anos,
a gente fazia zona. Nunca chegamos a gravar nem fita demo."
Mas Vital ainda sonha com os
holofotes com seu trio de heavy
metal, Sadom, que toca músicas
em inglês e faz covers de Black
Sabbath e Motorhead. Em 1990,
lançaram um disco independente,
em vinil ("Love and Death"), e
agora preparam um CD. "Querer
fazer sucesso é uma coisa. A realidade não é assim", diz.
Vital conheceu Herbert e Bi em
um exame pré-vestibular no centro do Rio, em 78. "Dos três, só eu
trabalhava. E trabalhava para
comprar uma moto", diz Vital.
Os três se juntaram e resolveram
fazer um grupo. "O Bi não sabia
tocar uma nota", conta Vital.
Resolveram ensaiar na casa da
avó de Bi, em Copacabana. Passaram o ano inteiro tocando. Quando entraram nas universidades,
em 79, "cada um foi para um canto", diz Vital.
Anos depois, Herbert teve a idéia
de fazer uma música sobre o "sonho de metal" do amigo.
O detalhe é que o sucesso que
projetou os Paralamas não era
bem aquele. A direção da gravadora EMI deu uma forçada para mudar algumas coisas no arranjo de
"Vital e Sua Moto", e a banda novata aceitou. No fim, a música ganhou o refrão que não existia ("Os
Paralamas vão tocar na capital/ Vital e sua moto, mas que união feliz") e um corinho feito pelos Golden Boys.
(LAR)
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