São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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CRÍTICA ROCK

CD experimental e minimalista capta extremos sonoros de cantor

CRÍTICO DA FOLHA

Neil Young e uma guitarra.
Parece pouco. Mas qualquer um que ouça "Le Noise" logo se esquece desse detalhe.
Neil Young sozinho vale por mil bandas.
O disco é um triunfo do experimentalismo sonoro. Uma obra minimalista que captura, como poucos trabalhos de Young, os extremos sônicos de sua música, capaz de passar do sussurro à microfonia em um pulo.
Trata-se de um álbum esparso, em que os silêncios são tão importantes quanto as melodias.
O único parceiro de Young no projeto foi o produtor Daniel Lanois (U2, Bob Dylan), que gravou o disco em seu estúdio numa antiga mansão californiana.
Lanois garante que as músicas foram gravadas em uma única tomada, sem "overdubs" (gravações em múltiplos canais), usando apenas a acústica da casa e os efeitos sonoros dos próprios instrumentos -alguns construídos especialmente por ele.
O resultado é assombroso.
Os ecos e a reverberação da casa dão ao conjunto de canções um tom fantasmagórico, que é multiplicado pela voz melancólica e lindamente assustadora de Young, quase um lamento.
Com "Le Noise", Neil Young prova mais uma vez que veio para confundir e não para explicar. É um disco estranho. Mas nada é estranho para quem nunca seguiu as regras. (ANDRÉ BARCINSKI)


LE NOISE
ARTISTA Neil Young
LANÇAMENTO em novembro, pela Warner
QUANTO não definido
AVALIAÇÃO bom




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