|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
CRÍTICA ROCK
CD experimental e minimalista capta extremos sonoros de cantor
CRÍTICO DA FOLHA
Neil Young e uma guitarra.
Parece pouco. Mas qualquer um que ouça "Le Noise" logo se esquece desse detalhe.
Neil Young sozinho vale por mil bandas.
O disco é um triunfo do experimentalismo sonoro. Uma
obra minimalista que captura, como poucos trabalhos de
Young, os extremos sônicos
de sua música, capaz de passar do sussurro à microfonia em um pulo.
Trata-se de um álbum esparso, em que os silêncios são tão importantes quanto as melodias.
O único parceiro de Young no projeto foi o produtor Daniel Lanois (U2, Bob Dylan),
que gravou o disco em seu estúdio numa antiga mansão californiana.
Lanois garante que as músicas foram gravadas em uma única tomada, sem
"overdubs" (gravações em múltiplos canais), usando apenas a acústica da casa e
os efeitos sonoros dos próprios instrumentos -alguns construídos especialmente por ele.
O resultado é assombroso.
Os ecos e a reverberação da casa dão ao conjunto de canções um tom fantasmagórico, que é multiplicado pela voz melancólica e lindamente assustadora de Young, quase um lamento.
Com "Le Noise", Neil Young prova mais uma vez que veio para confundir e
não para explicar. É um disco
estranho. Mas nada é estranho para quem nunca seguiu
as regras.
(ANDRÉ BARCINSKI)
LE NOISE
ARTISTA Neil Young
LANÇAMENTO em novembro, pela Warner
QUANTO não definido
AVALIAÇÃO bom
Texto Anterior: Dizem que sou louco Próximo Texto: Música Spektor defende pop incomum e lembra da ex-União Soviética Índice | Comunicar Erros
|