São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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"Orquestra ficou burocrática e desinteressada", diz Neschling

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar de afirmar ter visto a Osesp apenas uma vez pela televisão, desde que saiu, John Neschling tem criticado a gestão atual da orquestra em seu blog, Semibreves.
"Qual não foi minha estranheza", disse, "ao ouvir uma orquestra burocrática e desinteressada que, embora mantenha uma acuidade técnica, musicalmente perdeu totalmente o "élan" e a personalidade".
Neschling é um dos grandes responsáveis pelo patamar de qualidade artística conquistado pela Osesp.
Exímio empreendedor, ele assumiu a orquestra em 1997 e deixou-a no começo de 2009, completamente reformulada.
Intempestivo e centralizador, Neschling vinha em rota de colisão com tudo e com todos -governo do Estado, conselho, músicos. Até o episódio de sua demissão.
Leia, abaixo, trechos da entrevista concedida pelo maestro, por e-mail. (MK)

Folha - Qual sua expectativa com relação ao futuro da orquestra? John Neschling - Eu espero que a Osesp entre na lista das melhores orquestras do mundo. Afinal era este o meu plano.

O que tem achado da nova gestão?
Na verdade ignorava que o Nestrovski tinha no seu currículo a experiência de diretor artístico de uma grande orquestra sinfônica.

E do maestro Tortelier?
É um bom maestro. Eu mesmo o convidei numa de minhas últimas temporadas.

Parece haver uma certa indefinição na escolha de um novo maestro titular. Isso ajuda ou atrapalha?
Se for para 2012, minha experiência diz que estão bastante atrasados.

No blog você fala em gestos deselegantes da gestão atual. Que gestos seriam esses?
Trabalhei arduamente durante 12 anos para construir a Osesp. Fui demitido sem a menor consideração, através de um e-mail.
Não recebi os meus direitos e tive que entrar na Justiça, num processo longo e desgastante, depois de ter abdicado de grande parte de minha carreira internacional para construir uma realidade sinfônica inédita no Brasil.
Vejo com tristeza a tentativa de banir o meu nome e minha participação na história da Osesp. A impressão que tenho é que sou "persona non grata".


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