São Paulo, terça, 29 de setembro de 1998

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"É um fantasma simpático', diz Nelson Pereira

da Redação

Nelson Pereira dos Santos completa 70 anos no dia 22 de outubro. O cineasta, roteirista e produtor foi homenageado no 8º Cine Ceará -festival de cinema de Fortaleza-, em junho, no Festival de Gramado, em agosto, na Jornada de Cinema da Bahia, que terminou este mês, e será alvo de novos tributos em Nova York, em novembro.
Neste ano, o diretor divide seu tempo entre as comemorações do aniversário e o desenvolvimento de projetos como "Casa Grande e Senzala".
Orçado em R$ 8 milhões, a adaptação do trabalho de Gilberto Freyre para a televisão narra a formação do povo brasileiro em série de 13 capítulos, rodada em Portugal, Recife, Pernambuco, Maranhão e Bahia.
Além de coordenar o projeto, o cineasta dirige um episódio.
Para abril do próximo ano, Nelson Pereira dos Santos dá prosseguimento a seu longa-metragem sobre Castro Alves, co-produção com Portugal que terá no elenco a atriz portuguesa Maria de Medeiros.
A ficção "Guerra e Liberdade - Castro Alves em São Paulo", um projeto que o diretor mantém há 20 anos, orçado em R$ 7 milhões, retrata a passagem do jovem poeta pela cidade, em 1886, e sua paixão pela atriz portuguesa Eugênia Câmara.
Envolvido com duas narrativas de fundo histórico, o cineasta define seus atuais projetos como uma forma de "auto-análise social brasileira".
"O Terceiro Mundo vive um problema de identidade cultural, justamente por conta da globalização. O autoconhecimento é fundamental", afirma.
Da mesma temática -a condição social brasileira e o retrato do dia-a-dia do país- tratava o clássico "Vidas Secas", filme do diretor que custou US$ 150 mil na época em que foi feito, em 1963, e recebeu prêmio em Cannes, em 64.
Em cópia restaurada, o longa participa, em novembro, da mostra Do Cinema Novo aos Nossos Dias, no MoMA, em Nova York.
Diretor ainda de longas como "Rio 40 Graus" (55) e "Memórias do Cárcere" (83), Nelson Pereira dos Santos prossegue na crença de que "aqui no Brasil, em se plantando, dá cinema".
"Ele morre, mas volta como uma praga, é resistente." Leia breves definições do cineasta sobre sua vida e carreira, em entrevista concedida à Folha. (DM)

CARREIRA - "Sinto-me no início."
² TRADIÇÃO - "Rompimento."
² CINEMA - "Curtição."
² ANOS 60 - "Vidas Secas'."
² ANOS 70 - "Amuleto de Ogum'."
² ANOS 80 - "Memórias do Cárcere'."
² ANOS 90 - "Novo cinema."
² NOVO CINEMA - "Trabalho."
² CINEMA NOVO - "Fantasma simpático."
² "VIDAS SECAS" - "Luz."
² MEMÓRIAS - "Cinema."
² PROJETOS - "Mais trabalho."
² LUIZ CARLOS BARRETO - "Meu líder e do cinema brasileiro."



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