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"É um fantasma simpático', diz Nelson Pereira
da Redação
Nelson Pereira dos Santos completa 70 anos no dia 22 de outubro.
O cineasta, roteirista e produtor foi
homenageado no 8º Cine Ceará
-festival de cinema de Fortaleza-, em junho, no Festival de
Gramado, em agosto, na Jornada
de Cinema da Bahia, que terminou
este mês, e será alvo de novos tributos em Nova York, em novembro.
Neste ano, o diretor divide seu
tempo entre as comemorações do
aniversário e o desenvolvimento
de projetos como "Casa Grande e
Senzala".
Orçado em R$ 8 milhões, a adaptação do trabalho de Gilberto Freyre para a televisão narra a formação do povo brasileiro em série de
13 capítulos, rodada em Portugal,
Recife, Pernambuco, Maranhão e
Bahia.
Além de coordenar o projeto, o
cineasta dirige um episódio.
Para abril do próximo ano, Nelson Pereira dos Santos dá prosseguimento a seu longa-metragem
sobre Castro Alves, co-produção
com Portugal que terá no elenco a
atriz portuguesa Maria de Medeiros.
A ficção "Guerra e Liberdade -
Castro Alves em São Paulo", um
projeto que o diretor mantém há
20 anos, orçado em R$ 7 milhões,
retrata a passagem do jovem poeta
pela cidade, em 1886, e sua paixão
pela atriz portuguesa Eugênia Câmara.
Envolvido com duas narrativas
de fundo histórico, o cineasta define seus atuais projetos como uma
forma de "auto-análise social brasileira".
"O Terceiro Mundo vive um problema de identidade cultural, justamente por conta da globalização.
O autoconhecimento é fundamental", afirma.
Da mesma temática -a condição social brasileira e o retrato do
dia-a-dia do país- tratava o clássico "Vidas Secas", filme do diretor
que custou US$ 150 mil na época
em que foi feito, em 1963, e recebeu
prêmio em Cannes, em 64.
Em cópia restaurada, o longa
participa, em novembro, da mostra Do Cinema Novo aos Nossos
Dias, no MoMA, em Nova York.
Diretor ainda de longas como
"Rio 40 Graus" (55) e "Memórias
do Cárcere" (83), Nelson Pereira
dos Santos prossegue na crença de
que "aqui no Brasil, em se plantando, dá cinema".
"Ele morre, mas volta como uma
praga, é resistente." Leia breves definições do cineasta sobre sua vida
e carreira, em entrevista concedida
à Folha.
(DM)
CARREIRA - "Sinto-me no início."
²
TRADIÇÃO - "Rompimento."
²
CINEMA - "Curtição."
²
ANOS 60 - "Vidas Secas'."
²
ANOS 70 - "Amuleto de Ogum'."
²
ANOS 80 - "Memórias do Cárcere'."
²
ANOS 90 - "Novo cinema."
²
NOVO CINEMA - "Trabalho."
²
CINEMA NOVO - "Fantasma simpático."
²
"VIDAS SECAS" - "Luz."
²
MEMÓRIAS - "Cinema."
²
PROJETOS - "Mais trabalho."
²
LUIZ CARLOS BARRETO - "Meu líder e do cinema brasileiro."
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