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FILMES
A Maldição do Halloween
Globo, 15h30.
(When Good Ghouls Go Bad). EUA/
Austrália, 2001, 93 min. Direção: Patrick
Read Johnson. Com Christopher Lloyd.
Cidade retoma celebração do Halloween
depois de 20 anos, agitando os
fantasmas. Inédito.
A Arca de Noé
SBT, 22h30.
(Noah's Ark). EUA, 1999, 178 min.
Direção: John Irvin. Com Jon Voight,
Mary Steenburgen, F. Murray Abraham.
Adaptação do episódio do Gênesis, em
que o pio Noé é escolhido por Deus para
salvar os móveis, antes do dilúvio.
Encontros Fatais
Bandeirantes, 2h15.
(Personals). EUA, 1989, 89 min. Direção:
Steven H. Stern. Com Stephanie
Zimbalist. Mulher comum durante o dia
transforma-se em assassina de homens
durante a noite. A situação clássica, do
maníaco sexual, é invertida, mas e daí?
Intercine
Globo, 2h50.
O espectador poderá escolher entre "O
Segredo" (1996, de James Foley, com
Chris O'Donnell, Gene Hackman) e "Alto
Controle" (1999, de Mike Newell, com
John Cusack, Billy Bob Thornton).
Complicações Amorosas
SBT, 3h.
(Love Jones). EUA, 1997, 104 min.
Direção: Theodore Witcher. Com Larenz
Tate, Nia Long. Os encontros e
desencontros entre um jovem poeta de
Chicago (Tate) e sua namorada (Long).
Armadilha da Morte
Globo, 4h45.
(Trapped). EUA, 1989. Direção: Fred
Walton. Com Kathleen Quinlan, Bruce
Abbott, Ben Loggins. Mulher fica presa
num grande edifício comercial, todo
controlado por computadores. Ela pensa
que vai passar a noite sozinha, mas não é
o que acontece.
(IA)
A típica noite dos vampiros
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Sexta-feira que se preze é
dia de vampiro, realidade a
que raramente os canais pagos dão atenção.
Saudemos aqui, então, o
Cinemax, que enfim se rende a essa evidência e programa de enfiada três filmes
do gênero. Como são três,
fica o programador perdoado por colocar na programação o enjoado "A Múmia" (23h30), de Stephen
Sommers (é a versão de
1999).
Depois disso vem um filme de risco, "Treze Fantasmas" (1h15), de William
Castle, um desses cultores
do filme "B" bem duvidoso,
mas a quem não faltam cultores.
O grande momento da
noite é, porém, "O Vampiro da Noite" (22h), obra-prima da Hammer e de Terence Fisher. E também de
Peter Cushing, esse Drácula tão angustiado quanto sinistro.
ENTREVISTA
John Waters defende o "bom" mau gosto
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REDAÇÃO
"No tempo em que "cinema independente" não significava nada,
e antes do mau gosto se institucionalizar, John Waters já fazia filmes independentes cheios de
mau gosto." Essa definição lapidar é dada por Elvis Mitchell na
introdução de sua entrevista com
Waters, no "Enfoque Independente" que o Film & Arts exibe
hoje, às 19h30.
De fato, John Waters está há
muito tempo no ramo dos filmes
chocantes e pouco ortodoxos. Seu
primeiro longa, que já entrega
suas intenções no título ("Mondo
Trasho"), é de 1969. Seu "clássico"
"Pink Flamingos" (cuja frase de
divulgação era "Um exercício de
mau gosto"), que ele classifica como "terrorismo cultural" e "obra
de esquerda", é de 1972.
"Trash" perdeu seu significado,
porque a atual cultura norte-americana é só isso", explica o rei do
trash, sem se misturar: "A TV está
muito além do mau gosto. O
"bom" mau gosto é inteligente e
engraçado", defende.
E engraçado é algo que Waters
realmente quer ser. "Todo humor
é político. Uso o humor para desarmar as pessoas e fazê-las pensar como eu penso."
Boa parte dos filmes que deram
fama ao diretor são marcados pela escatologia -fezes de animais,
pedaços de bichos etc.-, sexo explícito e violência, além de uma
gama de atores que inclui transexuais e travestis. Mas, acima de
tudo, são grandes exercícios de
ironia e, talvez, como sugere o entrevistador, ternura. Como o próprio Waters explica, ele valoriza
aquilo que ridiculariza, seus filmes satirizam as coisas e pessoas
de que gosta.
No final da entrevista, ao saber
que há uma cadeira na faculdade
de cinema da Universidade de Iowa sobre seus filmes, Waters ensina: "O melhor que podem aprender é a usar bons atores e pensar
em um modo novo de mostrar
violência e sexo". Como o programa é de 1998, a dúvida é se ainda
há novos modos para mostrar.
ENFOQUE INDEPENDENTE: JOHN
WATERS. Quando: hoje, às 19h30, no
Film & Arts.
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