São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2004 |
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O céu pode esperar
"Anjos e Demônios", primeiro livro de Dan Brown, é lançado no Brasil ADRIANO SCHWARTZ ESPECIAL PARA A FOLHA A Igreja está definitivamente na moda. "O Código Da Vinci", há meses em todas as listas de livros mais vendidos, passa a ter nas livrarias a companhia de seu predecessor, "Anjos e Demônios", também do norte-americano Dan Brown. Não é pouco para um ano que teve, entre outras aparições, o Jesus de Mel Gibson e o segundo filme do ator Padre Marcelo. Publicada no Brasil pela editora Sextante, a primeira aventura do professor de simbologia religiosa de Harvard Robert Langdon sai com tiragem inicial de 160 mil exemplares (um livro "normal" costuma ter tiragens de 1.500 a 3.000). "O Código Da Vinci" já vendeu, desde abril, mais de 250 mil exemplares no país. Receita de best-seller Quem gostou do anterior certamente vai gostar também deste, lançado nos EUA em 2000. Um padre e cientista, Leonardo Vetra, é assassinado em um laboratório europeu e Langdon é chamado para tentar entender o caso, já que no corpo do cadáver foi marcado a fogo o nome de uma seita anticristã desaparecida décadas antes, os Illuminati. Em seguida, é roubada do centro de estudos, o Cern (a organização européia de pesquisa nuclear), uma grande amostra de antimatéria, resultado da pesquisa em que Vetra e sua filha, Vittoria, trabalhavam, buscando recriar o instante inicial da criação do universo. Com ela nas mãos, agora uma arma devastadora, o assassino e seu misterioso líder pretendem destruir a sede do cristianismo. O desafio de Langdon? Ajudado pela moça e pela Guarda Suíça, grupo responsável pela segurança do Vaticano, tentar impedir em poucas horas a catástrofe, bem como interromper uma série anunciada de mortes de cardeais decifrando um antigo enigma pelas ruas de Roma. Para complicar a situação, isso precisa ser feito ao mesmo tempo em que se desenrola dentro da Capela Sistina o Conclave, reunião secreta em que é escolhido um novo papa. Durante a pesquisa para o livro, o autor chegou até a encontrar João Paulo 2º, como conta em seu site (www.danbrown.com): "Eu não sentei para tomar chá com ele. Fui afortunado o bastante para ter direito ao que é chamado de audiência "semi-privada", que acontece em uma sala especial do Vaticano. O papa veio e falou para o nosso grupo". Repetindo Como seu irmão mais novo, "Anjos e Demônios" já movimenta a indústria de subprodutos de entretenimento e deve em breve gerar filmes, videogames, revistas em quadrinhos, análises etc., coisas como "Decifrando o Código Da Vinci - Os Fatos Por Trás da Ficção", de Simon Cox, que acaba de ser lançado pela Bertrand Brasil, ou a adaptação cinematográfica de Ron Howard para a segunda aventura, cuja chegada às telas está prevista para o ano que vem. A outra semelhança é que o autor, apesar das inúmeras controvérsias relacionadas aos assuntos com que lida, não se furta a afirmar em uma nota no início do livro que tudo é real, o que tem provocado um aumento no turismo de suas "locações": "Todas as referências a obras de arte, a arquitetura, a túneis e a tumbas em Roma são inteiramente factuais (assim como suas localizações exatas). Essas obras e monumentos ainda podem ser vistos hoje. A fraternidade dos Illuminati também é factual". Em 2005, o leitor brasileiro deve receber também outros três livros de Dan Brown: "Fortaleza Digital" e "Deception Point", os dois primeiros romances que ele escreveu, e uma terceira aventura de Robert Landgon, que está em gestação e tratará da "história secreta" de Washington, DC. Texto Anterior: Programação Próximo Texto: Crítica: "Primogênito" antecipa fórmula do sucesso Índice |
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